O presidente da junta de freguesia de Rendufe defende a municipalização do Mosteiro de Rendufe. Preocupado com a inação local e central, que soma o risco de ruína daquele importante património, José Antunes defende que a câmara de Amares «deveria propor assumir a concessão do edifício por 50 anos, apresentar uma candidatura, estabilizar as paredes e cobertura na hospedaria».
Em Grande Entrevista ao ‘jornal ‘O Amarense’, o autarca de Rendufe teme o pior: «O Mosteiro está abandonado, não tenho dúvidas, está abandonado por parte do poder político local e nacional também. Temo pelo pior».
O impasse quanto ao projeto Revive, que teve mais um episódio com a retirada da empresa concessionária, coloca pressão. «A antiga hospedaria teve verbas disponíveis no âmbito da grande obra que se realizou na Igreja», diz. No entanto, «o Sr. António Pontes decidiu não aplicá-las, com o argumento que passaria para o Revive», alega. «Não foram efetuadas as obras de emergência e o edifício está em ruína. Isto, para mim, é crime», atira. Isto porque «existiu dinheiro, retirado propositadamente».
O problema, para o Presidente de Junta, não é monetário. «Se for para fazer um hotel de charme, com grande pompa, como anunciaram na comunicação social, é preciso muito dinheiro», começa. «Se for para requalificar a antiga hospedaria, a casa dos criados, é tudo uma questão de fases», completa. De momento, a antiga hospedaria «é uma emergência», sublinha.
José Antunes alega que a Câmara Municipal (CM) de Amares já poderia ter «tomado conta do edifício». A exemplo, refere o Mosteiro de Refojos. «Em 1840, aquando da extinção das ordens religiosas, a Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, para tomar conta do Mosteiro, decidiu transferir para lá a sede de Concelho», conta. «Hoje, é um gosto visitar», por estar cuidado. «A nossa sede está muito bem onde está» destaca, referindo-se a Amares, «mas é para ilustrar o que foi feito noutros locais».
«Não há vontade política no Mosteiro de Rendufe», acusa. «A CM já poderia ter candidatado o Mosteiro ao concurso de Revive», diz. O Revive é um programa desenvolvido com autarquias locais e visa recuperar património público devoluto. As ideias de uso, garante, são muitas. «Uma hospedaria, por exemplo, uma escola de música, fazendo jus ao que foi a tradição do Mosteiro enquanto grande colégio aqui na região, na sua época», enumera. Uma das utilidades que destaca seria «instalar, ali, o Arquivo Municipal», diz.
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