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2024 regista 18 mortes em linhas de comboio

A Infraestruturas de Portugal aponta, à Atenda 1, que registou 162 mortes em nove anos num total de 220 atropelamentos em linhas de comboio. A mesma queixa-se que a linha de passagem proibida não é respeitada.

Em destaque estão a Linha do Norte, do Minho e de Cascais, como as três com mais atropelamentos, significando 65% dos casos.

Desde 2016, o número de atropelamentos e mortes não apresenta baixas consistentes. Em 2023 e 2024, a IP aponta 23 mortes.

O pior ano, no período, foi 2019, a somar 42 atropelamentos, mas o cenário não melhorou nos seguintes: 22 (2016), 21 (2017), 22 (2018), 27 (2020), 20 (2021 e 2022).

Desde a pandemia, 2024 foi o ano com o valor mais alto.

A Infraestruturas de Portugal separou os casos em três tipos, sendo colhidas em estações, em plena via e em passagens de nível. As duas primeiras significam 170 de atropelamentos.

Nas passagens existiram 50 atropelamentos entre 2016 e 2024, mas a IP tem a expectativa de baixar o número. Para reduzir a sinistralidade em passagens de nível até 2030, a reguladora tem um plano, querendo acabar com 135 passagens e reclassificar 237.

Este começou no ano passado e a Infraestruturas de Portugal (IP) avança que 28 já foram suprimidas, sendo 21% do objetivo.

Pessoas não respeitam as linhas

A empresa, em diagnóstico, já feito entre 2016 e 2021, aponta que a razão principal para os acidentes acontece porque as pessoas atravessavam ou circulam na linha.

De resto, há passageiros colhidos por estarem no limite da plataforma, em momentos de embarque e desembarque ou, ainda, quando se realizam trabalhos na via envolvente.

Registam-se, ainda, 42 casos de “outras situações” por se terem encontrado corpos na via ou, ainda, potenciais suicídios*.

Nos atravessamentos em zonas não autorizadas, a Infraestruturas de Portugal reforça que as pessoas devem mudar o comportamento.

Só assim se pode diminuir o número, alerta o coordenador da estrutura de missão criada dentro da IP para a redução da sinistralidade.

«As pessoas estão a atravessar no local que lhes é mais conveniente», afirma António Viana. «Estão a desvalorizar a segurança valorizando o conforto da sua mobilidade», vinca.

Acrescenta, ainda, que passar em zonas não autorizadas dá multa e diz que, enquanto o território é desenvolvido em redor dos caminhos de ferro, nem sempre a mobilidade segura para as pessoas é garantida.

Em alguns casos, o uso de caminhos alternativos às passagens de nível, aéreas ou subterrâneas pode leva a trajetos construídos que não servem as pessoas.

Ao ser perguntado se isso deveria significar mais investimentos em passagens, António Viana disse não querer particularizar, mas garante que há diálogo entre a IP, as autarquias e outras entidades para trabalhar soluções.

Há, segundo o mesmo, «casos persistentes» em que a IP procurou soluções que «levem as pessoas a fazer a sua mobilidade pelas passagens deniveladas que existem».

António Viana reforça que, por várias vezes, é necessário reparar vedações: «tentamos pôr outro tipo de vedação, e em alguns casos optamos mesmo por muro».

A maior parte de atropelamentos foram em zonas que não tinham vedação, mas a empresa garante, em comunicado escrito, que tem apostado em proteções e que a «instalação tem seguido critérios diferenciados, de acordo com a análise de risco, priorizando as zonas urbanas».

O grupo de trabalho da IP leva a cabo campanhas de sensibilização, através das redes sociais e da comunicação social, em escolas ou zonas industriais e comerciais.

O Dia Internacional de Prevenção da Intrusão no Canal Ferroviário é assinalado a 5 de junho, sendo este ano a quarta edição, já que este cenário não é exclusivo de Portugal.

«Esta mensagem envolve que todos estejamos envolvidos, diria isto de outra forma: todos, todos, todos», diz António Viana. «Se todos dermos este exemplo, conseguiremos levar as pessoas a fazer esta mudança», termina.

Se precisar de ajuda, contacte as seguintes linhas telefónicas:

– Apoio psicológico do SNS24
808 24 24 24 (24h)

– SOS Voz Amiga
213 544 545 | 912 802 669 | 963 524 660
15h30 às 00h30

– Conversa Amiga
808 237 327 | 210 027 159
15h00 às 22h00

– Vozes Amigas de Esperança de Portugal
222 030 707
16h00 às 22:00

– Telefone da Amizade
222 080 707
16h00 às 23h00

– Voz de Apoio
225 506 070
21h00 às 00h00

[email protected]

Com RTP

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