A “Arte da Filigrana da Póvoa de Lanhoso” foi inscrita no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, anunciou a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).
“A DGPC inscreveu a «Arte da Filigrana da Póvoa de Lanhoso» no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, conforme Despacho da Subdiretora-Geral do Património Cultural de 21 de abril de 2023, que será publicado em breve em Diário da República”, refere.
“Com esta inscrição, a DGPC reconhece que a arte da filigrana se mantém ativa na Póvoa de Lanhoso, e que apresenta grande relevância na reprodução da memória e identidade da comunidade em que se insere”, justifica a DGPC, em comunicado.
Segundo a Direção Geral do Património Cultural, “a filigrana, técnica de ourivesaria que assenta no trabalho artesanal, utiliza fios de metais preciosos finíssimos, torcidos dois a dois e achatados, que preenchem uma armação previamente definida”.
“Transmitida por tradição dentro do seio familiar, esta arte é hoje também trabalhada em contexto de formação nas próprias oficinas. Nestas, são produzidas joias que abastecem sobretudo a região minhota, mas também outras áreas do país e até mercados internacionais”, sublinha a Direção-Geral do Património Cultural.
A técnica da filigrana no concelho de Póvoa de Lanhoso regista uma atividade muito significativa desde o século XIX, apesar da presença de ourives no seu território se encontrar documentada a partir do século XVIII.
“Atualmente, a Póvoa de Lanhoso afirma-se como um dos dois grandes núcleos filigraneiros do país, a par de Gondomar, existindo, no presente, 11 oficinas ativas, concentradas maioritariamente nas freguesias de Travassos e Sobradelo da Goma”, conta a DGPC.
O pedido de registo foi submetido pela Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso e resulta de um processo de investigação no terreno conduzido pela Associação Portugal à Mão, efetuada entre outubro de 2020 e setembro de 2022, em estreita colaboração com os principais detentores das práticas relacionadas, os artesãos filigraneiros da Póvoa de Lanhoso.
“O público pode, a partir de agora, ter acesso na plataforma (http://www.matrizpci.dgpc.pt) à documentação que caracteriza esta manifestação do património cultural imaterial nacional, cuja continuidade se deseja salvaguardar”, assegura a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).