O PSD de Amares acusou esta terça-feira os representantes do PS de “populismo” na análise do mapa de pessoal da Câmara, afirmando que os números apresentados pelos socialistas não são correctos.
“Todos os partidos políticos, incluindo o Partido Socialista de Amares, têm a responsabilidade de evitar cair na tentação do populismo. Se efectivamente não se trata de populismo então só pode ser por falta de preparação do PS Amares para o exercício do seu mandato”, refere o comunicado do PSD.
Num texto em que pretende “contribuir para esclarecer e ajudar na discussão política, retificando as informações divulgadas”, acompanhado por vários gráficos (ver galeria), a estrutura social-democrata refere que, “ao contrário do que foi afirmado, o número total de trabalhadores do Município de Amares é de 301 e não 334”.
“Esses funcionários estão distribuídos da seguinte forma: 161 nos serviços do Município, 124 no Agrupamento de Escolas e 16 no Centro de Saúde”, explica.
A Concelhia do PSD de Amares, liderada por João Januário Barros, acrescenta que a informação veiculada sobre o aumento de um fiscal “não corresponde à realidade”. “Efectivamente são dois fiscais, mas eles não são contratações novas. Esses fiscais foram recrutados entre o pessoal já presente no mapa de pessoal, especificamente dois assistentes técnicos (AT) que desempenhavam funções como leitores cobradores. Essa decisão visou aproveitar os recursos internos disponíveis”, refere.
PSD CONTESTA “IMPRECISÕES”
Em relação às vagas por preencher, o PSD assegura que “houve novamente uma imprecisão na informação divulgada” pelo PS: “Não são 18 vagas por preencher, mas sim cinco vagas para assistentes operacionais (AO) e três vagas para técnicos superiores (TS), sendo uma vaga de técnico superior para o Agrupamento de Escolas, que se encontra por preencher, uma vez que a psicóloga mudou para o Município de Guimarães, já em 2019”.
“Os lugares a serem ocupados no mapa de pessoal, para além dos referidos, resultam de mobilidades internas, e os trabalhadores consolidando na nova carreira, os lugares que deixam vagos extinguem-se. Há também lugares vagos que assim terão que permanecer, pois são de trabalhadores que se encontram em comissões de serviço público, fora do Município de Amares e que podem regressar a qualquer momento, devendo o lugar estar disponível”, sublinha.
Quanto aos técnicos superiores no Município, o PSD diz que “não são 76, mas sim 42, além de mais uma vaga (totalizando 43) destinada ao emprego apoiado, com comparticipação pelo IEFP”: “Foi incorrectamente afirmado que existiam 76 técnicos superiores, quando na verdade são 43 dos serviços municipais e 28 são professores das AECS, técnicos superiores que são do Agrupamento de Escolas, aliás, o processo de recrutamento e selecção é da responsabilidade do Agrupamento de Escolas de Amares, o Município somente tem a responsabilidade na redação do contrato a escrito e respectiva assinatura e o pagamento dos técnicos”.
O PSD afirma que, de 2021 a 2023, “foram contratados 54 novos funcionários, dos quais 13 para os serviços do Município, 28 professores para as AECs e 13 pessoal não docente para o agrupamento de escolas, representando um investimento importante no sector da Educação” no concelho de Amares.
TRANSFERÊNCIA DE COMPETÊNCIAS
Relativamente aos restantes números, a estrutura liderada por João Januário Barros refere que “resultam das transferências de competências do poder central, do actual Governo, na Educação e Saúde que representam, respectivamente, 33 para o Agrupamento de Escolas e 16 para o Centro de Saúde, no total de 49”.
“Estes funcionários não são novos funcionários, já existiam e passaram para o mapa de pessoal do Município. É essa a verdadeira razão da subida acentuada em 2022 e não se trata, como foi referido, de um crescimento do mapa exponencial e preocupante. Por isso, em relação à transferência de competências, não são 80 trabalhadores, mas sim 140”, aponta.
A concluir, o PSD garante estar comprometido “com a transparência, a divulgação de informações precisas e o estabelecimento de um diálogo aberto e honesto com os amarenses”.
“Convidamos todos os partidos políticos a fazerem o mesmo, evitando distorções e promovendo um debate político fundamentado e construtivo. Acreditamos que a força da democracia reside na capacidade de todos os agentes políticos atuarem de forma responsável, mantendo os princípios da verdade e da responsabilidade”, conclui o comunicado.
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