Um novo material semelhante a uma esponja inventado por cientistas de Portugal e da Austrália consegue limpar derrames de petróleo no oceano e recuperar o combustível derramado, podendo vir um dia a equipar petroleiros e plataformas petrolíferas.
O investigador Gonçalo Bernardes, da universidade britânica de Cambridge e do Instituto de Medicina Molecular (IMM) João Lobo Antunes, disse à Lusa que se trata de “novo polímero de baixa densidade” que pode ser produzido a partir de enxofre e de vulgar óleo para fritar.
“O que consegue é absorver o petróleo. Uma vez espremido, permite recuperá-lo e voltar a ser utilizado. É de baixo custo e funciona de forma sustentável”, afirmou.
Este polímero é fabricado com resíduos de refinarias, sem desperdício, e não é tóxico para a vida marinha.
O estudo foi publicado na revista científica Advanced Sustainable Systems.
Também por ser seguro, a equipa do IMM e da universidade australiana de Flinders estuda outras utilizações para o polímero, como a entrada selectiva de medicamentos no organismo.
Além de poder ser usado em grandes derrames de petróleo, pode também absorver o petróleo perdido no transporte, acrescentou.
Gonçalo Bernardes indicou que a fase seguinte do projecto é “conversar com empresas de engenharia e produção” para poder usar o polímero no oceano, numa situação real.