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Autarca de Barcelos apela ao diálogo para garantir cuidados de saúde à população

O presidente da Câmara de Barcelos manifestou-se, esta segunda-feira, preocupado com os constrangimentos no Serviço de Urgência do hospital da cidade e apelou ao diálogo entre médicos e Ministério da Saúde “para que a população não fique em risco”.

Em comunicado, Mário Constantino apelou também aos médicos para que, “apesar dos sacrifícios que isso implica na sua vida pessoal e profissional, ponderem sobre esta forma de luta e não coloquem em risco a saúde e a vida das populações”.

O autarca frisa que reconhece que os médicos “têm justificadas razões para o protesto que têm vindo a desenvolver, tanto mais que a tutela tinha prometido resolver a situação em Janeiro e a mesma continua sem solução”.

Este apelo acontece depois do anúncio, feito na sexta-feira, de que o Serviço de Urgência de Cirurgia do Hospital de Barcelos iria encerrar durante o mês de Outubro, devido ao facto de os médicos se recusarem a fazer mais horas extraordinárias do que as 150 que a lei lhes impõe. No mesmo dia foi ainda tornado público o encerramento da urgência de Medicina Interna nos fins-de-semana de Outubro, a partir do dia 07.

Esta situação, alerta Mário Constantino, “poderá prejudicar gravemente a prestação dos cuidados de saúde à população de Barcelos e Esposende”.

“Aliás, pelas proporções que a adesão a esta forma de luta está a tomar, com cada vez mais médicos a recusarem fazer trabalho extraordinário além do legalmente previsto, mais aumenta a nossa preocupação, pois, muito previsivelmente, mais serviços de urgência encerrarão, não só em Barcelos como em todo o país”, acrescenta.

Por isso, o autarca reitera o pedido para que as partes cheguem a um entendimento que coloque um ponto final neste conflito laboral.

No início de Setembro, um grupo de profissionais enviou ao Ministro da Saúde uma carta aberta com mais de 1.000 assinaturas de médicos a avisar da sua indisponibilidade para fazerem mais horas extra a partir de 12 de Setembro.

Desde então, segundo o movimento Médicos em Luta, a indisponibilidade dos médicos provocou “problemas na elaboração da escala do serviço de urgência” em pelo menos 21 hospitais, incluindo Viana do Castelo, Garcia da Orta, Bragança, Barreiro, Guarda, Viseu, Santarém, Braga, Matosinhos, Leiria, Aveiro, Caldas e Torres Vedras, Portimão e o Hospital Santa Maria.

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