O número de dormidas no concelho de Terras de Bouro aumentou mais de 215% em duas décadas, passando de 47 mil em 2001 para quase 150 mil em 2022, anunciou esta terça-feira o município.
Os dados foram apresentados pelo vereador com o pelouro do turismo, António Cunha, durante o Fórum Gerês 2023 – Turismo e Sustentabilidade, que decorre em Terras de Bouro.
Em 2001, o concelho registou 47 271 dormidas, número que teve sempre uma evolução crescente (excepto em 2020/21 devido à Covid-19) e que atingiu o valor mais alto em 2022 com 149 707 dormidas, um aumento de 216,7% face a 2001.
Terras de Bouro registou 132 718 dormidas em 2021, o que representa quase metade das dormidas (49,4%) verificadas nos concelhos que fazem parte do Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG): Arcos de Valdevez (63 010 dormidas — 23,4%), Melgaço (34 950 — 13%), Ponte da Barca (25.017 — 9,3%) e Montalegre (13 079 — 4,9%).
Na apresentação, denominada de “A Importância do Turismo em Terras de Bouro”, verifica-se que, em 2021, existiam no concelho 451 estabelecimentos de alojamentos turísticos, a esmagadora maioria (394) de alojamento local, 30 casas de campo, 13 hotéis, seis parques de campismo, quatro agroturismos, dois apartamentos turísticos, um hotel rural e uma casa de turismo habitação.
“Estes números globais demonstram a importância que o turismo tem em Terras de Bouro — com 6.300 habitantes -, que é a atividade económica mais importante do concelho, e à qual o município tem dada a importância devida. Nesse sentido, temos previsto e em execução um conjunto de investimentos e de melhorias”, disse à Lusa o vereador António Cunha.
Segundo o autarca, a aposta no turismo “alicerça-se em números”, na criação de postos de trabalho, na fixação da população, lembrando tratar-se de um município do interior Norte, no qual esta atividade económica tem permitido obter rendimentos por parte dos habitantes, mesmo das aldeias circundantes e não só na vila do Gerês, que assim conseguem ter uma atividade complementar através do turismo rural e do alojamento local.
Questionado sobre se é possível conciliar a aposta no turismo com a preservação da natureza, o vereador explica que essa é que tem sido a “fórmula mágica”.
“Só é possível apostar no turismo exatamente porque conseguimos preservar a natureza, as paisagens e o Parque Nacional [da Peneda Gerês]. Se isto deixar de ser sustentável, perdemos as galinhas dos ovos de ouro. A natureza e a sua preservação são o tesouro desta região. Por isso, estamos também a diversificar a oferta, a dar a conhecer novos locais, no sentido de mantermos um turismo de qualidade e não um turismo de massas. Essa é uma preocupação presente”, frisou António Cunha.
Para estes números contribuem, nomeadamente, o turismo de natureza, religioso (São Bento da Porta Aberta já teve 2 milhões de visitantes) e o turismo histórico/cultural.