A Câmara de Braga aprovou, esta segunda-feira, o Plano Estratégico para o Desenvolvimento Sustentável, mas a oposição votou contra, considerando tratar-se de um documento “demasiado vago” e ironizando que o objetivo é conseguir “mais um prémio” para cidade.
A proposta, que foi aprovada pela maioria PSD/CDS-PP, refere que o plano visa garantir uma mudança organizacional estratégica por via da institucionalização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), difundir a Agenda 2030 pelo universo municipal, envolver a população para aquela política global e colocar o Município de Braga na vanguarda das políticas de futuro e das boas práticas internacionais.
Questionado pela vereação socialista, o presidente da Câmara, Ricardo Rio, explicou que o plano pretende guindar Braga a níveis mais altos de certificação de sustentabilidade por uma entidade das Nações Unidas, a UN-Habitat.
Segundo o autarca, a cidade de Braga já está certificada, desde agosto de 2023, com o “nível silver”. O plano aprovado visa dar continuidade a este processo e atingir um patamar superior.
A vereadora socialista Sílvia Sousa disse que o plano é demasiado vago, não especifica objetivos e tem um conteúdo confuso. “Deixa tudo em aberto, pode ser tudo ou não ser nada”, criticou.
Uma posição idêntica foi assumida pelo vereador da CDU, Vítor Rodrigues, que disse tratar-se de um conjunto de intenções, com formulações às vezes redondas, mas sem especificar ações concretas.
Para Vítor Rodrigues, a “receita” foi pegar em “palha”, juntar alguns anglicismos, levar ao forno e “sai um plano”, para a cidade “se poder orgulhar de mais um prémio que uma plataforma qualquer dá”.
Os socialistas propuseram mesmo que a votação do plano fosse retirada da agenda da reunião desta segunda-feira, para que o documento pudesse ser aperfeiçoado, mas a maioria rejeitou.
“Um plano nunca é um documento ideal, mas não faz sentido adiar a votação, porque este plano não tem de ser mais do que aquilo que é”, disse o presidente da Câmara.
Ricardo Rio sublinhou o envolvimento da comunidade no processo de auscultação para o desenvolvimento sustentável ao longo de 2023 e a criação e a opinião do Conselho Estratégico para o Desenvolvimento Sustentável.