O Caminho da Geira e dos Arrieiros (CGA), que se inicia em Braga e passa por Amares e Terras de Bouro, até chegar a Santiago de Compostela, está em crescimento e é mesmo o recordistas de peregrinos entre os “caminhos” candidatos à homologação.
Possui «características únicas», uma das quais é o crescente número de peregrinos, que o posicionam como favorito à oficialização pelo Governo Regional da Galiza, entre os oito “neocaminhos” em estudo.
«O processo para a oficialização do CGA está em curso, integrado no grupo dos neocaminhos, que inclui também outras sete rotas, algumas próximas e outras dispersas pela Galiza», explicou Carlos de Barreira, Presidente da Associação Codeseda Viva, durante a entrega dos Prémios Abadesa Mariana.
Na sua perspectiva, «o caminho, que atravessa o centro de A Estrada (e parte de Braga), além de robusta documentação histórica, apresenta duas características distintas e decisivas: não converge com nenhum dos caminhos oficiais, pois tem um acesso próprio e directo a Compostela e, desde 2017, foi percorrido por milhares de peregrinos».
A Associação Codeseda Viva e outras entidades promotoras do CGA «registaram 4.236 peregrinos, número que excede o de qualquer outra rota candidata à oficialização e, de facto, supera a soma das outras sete rotas», salientou Carlos de Barreira. Por isso, a associação «acredita que o CGA será brevemente oficializado pelo Governo da Galiza».
Além deste, outros dois itinerários em análise começam em Portugal: o Caminho Minhoto Ribeiro e o Caminho de São Rosendo.
TEM 239 QUILÓMETROS
O Caminho da Geira estende-se por 239 quilómetros, inicia-se na Sé de Braga e atravessa os Municípios de Amares, Terras de Bouro e Melgaço, entrando na Galiza pela Portela do Homem. Nos últimos sete anos, foi percorrido por mais de 4.200 peregrinos, principalmente de Portugal e Espanha, mas também de outros 13 países europeus, e de nações tão diversas como Afeganistão, Aruba, Austrália, Azerbaijão, Bahamas, Belize, Brasil, China, Colômbia, EUA, Japão, México, Palestina e Uruguai.
Apresentado em 2017 na Galiza e em Braga, foi reconhecido pela Igreja em 2019 e em publicações da associação de municípios transfronteiriços Eixo Atlântico (2020) e do Turismo do Porto e Norte de Portugal (2021). O percurso destaca-se por incluir patrimónios únicos no mundo: a Geira, a via mais bem preservada do antigo império romano ocidental, e a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés. Além disso, o seu traçado é um dos raros cinco que ligam directamente à Catedral de Santiago de Compostela.