Braga acolhe na primeira semana de Julho, 01 a 05, a XVI Conferência Anual da Rede das Cidades Criativas da Unesco, um evento que trará à cidade cerca de 350 delegações de mais de 100 países.
Uma das grandes expectativas da Conferência é, além de reafirmar o norte do país como uma região criativa, a aprovação do Manifesto de Braga e assim avançar com as áreas prioritárias para a política cultural apresentadas pela Declaração MONDIACULT 2022, que apela à integração da cultura como um objectivo autónomo na agenda pós-2030 para o desenvolvimento sustentável, reafirmando o seu estatuto de “bem público global”.
Estão confirmadas as presenças, entre outras personalidades, Ernesto Ottone R., director geral para a Cultura da UNESCO, Denise Bax, secretária da Rede das Cidades Criativas, Andre Sobczak, secretário geral das Eurocidades, Dalila Rodrigues, ministra da Cultura, Ricardo Rio, presidente da Câmara bracarense, Joana Miranda, coordenadora executiva da Braga Media Arts.
O primeiro dia, 1 de Julho, ficará reservado ao registo dos delegados, coordenação dos grupos e na integração nas sessões das cidades criativas designadas em 2023 e dos coordenadores das sub-redes. A parte da tarde do 1 de Julho, os delegados são convidados a participar na inauguração do programa cultural Be Creative Ágora, no centro de Braga.
Além dos painéis temáticos, no grande auditório do Fórum Braga, com discussão de temas centrais como a “transição justa para a IA de artistas e profissionais da cultura”; a “cooperação internacional para superar desafios e induzir cultura”; e “capacitar os cidadãos do futuro através da cultura e das artes da educação”, destacam-se, da parte da manhã, as sessões ao mais alto nível, moderadas por Joana Fernandes, directora executiva do Theatro Circo de Braga.
Neste segmento especial da Conferência que é apresentado para aprovação o ‘Manifesto de Braga das Cidades Criativas da UNESCO: Um Objectivo Cultural para o Desenvolvimento Sustentável’, que se baseia nas prioridades delineadas na Declaração MONDIACULT 2022 e defende a cultura como um objectivo autónomo na agenda internacional de desenvolvimento pós-2030. Estas sessões específicas são co-presididas por Ernesto Ottone R., director-geral adjunto para a Cultura da UNESCO, e Ricardo Rio.
GRANDES EXPECTATIVAS
Para Ricardo Rio, a Conferência “é fundamental para moldar não só o futuro da Rede, mas também para reforçar o papel transformador da cultura e da criatividade no desenvolvimento urbano sustentável”.
“Acreditamos que esta será, sem dúvida, uma das conferências da Rede da UNESCO mais representativas – conta com 350 delegações de mais de 100 países a discutirem o futuro e as linhas mestras do papel primordial da Juventude nos próximos e acontece sob lema – ‘Bringing youth to the table for the next decade’, afirma o presidente da Câmara de Braga.
A juventude está, assim, no centro da discussão nesta Conferência até porque, de acordo com a UNESCO, “as indústrias culturais e criativas empregam mais jovens do que qualquer outro sector”, por esta razão, é “fundamental proporcionar melhores espaços públicos, cívicos e digitais conducentes à capacitação das vozes jovens, ao apoio dos seus direitos e à libertação da sua criatividade nos sectores culturais e criativos e não só”.
O tema deste ano pretende assim inspirar os participantes a desenvolverem e a partilharem estratégias e políticas urbanas abrangentes que defendam uma maior representação e envolvimento de jovens artistas e profissionais de e na cultura.