A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) está no terreno desde quarta-feira a fazer o levantamento dos prejuízos causados pelos incêndios na região, criando um formulário específico para as explorações agrícolas.
Em resposta a questões da agência Lusa, fonte oficial da CCDR-Norte refere que o levantamento começou na quarta-feira, em Oliveira de Azeméis (distrito de Aveiro), e consiste num “levantamento de pré-sinalização”.
O trabalho da CCDR do Norte consiste ainda na “distribuição de fichas para levantamento da informação relevante para os diferentes de prejuízos ocorridos (por exemplo, habitações, culturas agrícolas ou instalações industriais)”.
Em causa está “o processo de levantamento dos prejuízos em entidades públicas e privadas, bem como o levantamento de situações críticas, nomeadamente desalojados os perdas de postos de trabalho”.
Para já, a CCDR disponibilizou “um formulário no Portal Geográfico da Agricultura para avaliar os prejuízos causados pelos incêndios rurais nas explorações agrícolas da Região”.
O formulário “visa facilitar uma avaliação rápida e precisa da extensão dos danos, ajudando agricultores ou associações do Norte a reportar as suas perdas e prejuízos”, permitindo aos agricultores e associações “registar informações sobre todos os prejuízos sofridos, como danos em culturas, animais, construções e equipamentos agrícolas”.
“Esta é uma iniciativa fundamental para obter um panorama real dos impactos e orientar ações de apoio e recuperação das explorações afetadas, sendo que a utilização deste formulário permite ainda acelerar todo o processo de levantamento de prejuízos”, refere.
Já as autarquias poderão aceder a apoios “no âmbito de diferentes mecanismos que estão a ser preparados pelo Governo, tendo em conta a grande diversidade de situações em causa”.
Sete pessoas morreram e 161 ficaram feridas devido aos incêndios que atingem desde domingo sobretudo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga, Viseu e Coimbra, e que destruíram dezenas de casas.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) contabiliza cinco mortos, excluindo da contagem dois civis que morreram de doença súbita.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 121 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro já arderam mais de 100 mil hectares, 83% da área ardida em todo o território nacional.
O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e hoje dia de luto nacional.