A Câmara de Cabeceiras de Basto, um dos municípios afectados pelos incêndios, anunciou esta terça-feira que, face à previsão de chuva, implementou medidas no reforço da estabilização das áreas ardidas e na limpeza e desobstrução do sistema de drenagem.
O Serviço Municipal de Protecção Civil, em conjunto com as Equipas e Brigada de Sapadores Florestais, está a implementar medidas de “antecipação operacional”, nomeadamente no reforço das medidas de estabilização de emergência das áreas ardidas e no reforço das limpezas e desobstrução do sistema de drenagem (valetas e aquedutos) das vias públicas.
A Câmara, liderada pelo socialista Francisco Alves, sublinha em comunicado enviado à agência Lusa. que as “áreas afectadas pelos recentes incêndios rurais estão mais expostas e vulneráveis à precipitação”, lembrando que o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê condições favoráveis à ocorrência de aguaceiros, por vezes fortes, que podem ser acompanhados de trovoada e de vento forte.
As áreas afectadas pelos últimos incêndios rurais, “que ficaram sem coberto vegetal, e com cinza acumulada à superfície, que funciona como uma matéria impermeável”, estão, segundo a autarquia, “mais expostas e vulneráveis à precipitação”.
“As primeiras chuvas podem provocar o arrastamento de objectos soltos para as vias rodoviárias e para os cursos de água e a instabilidade de vertentes, conduzindo a movimentos de massa (deslizamentos, derrocadas e outros) motivados pela infiltração da água”, alerta o município.
A Câmara de Cabeceiras de Basto salienta que o impacto destes efeitos pode ser minimizado através da adopção de comportamentos adequados.
MEDIDAS PREVENTIVAS
“A Protecção Civil Municipal recomenda que sejam adoptadas medidas preventivas, designadamente: a desobstrução dos sistemas de escoamento das águas pluviais e retirada de inertes e outros objectos que possam ser arrastados ou criem obstáculos ao livre escoamento das águas; bem como estar atento às informações da meteorologia e às indicações da Protecção Civil e Forças de Segurança”, aconselha a autarquia.
O presidente da câmara adiantou anteriormente à Lusa que os incêndios consumiram em todo o concelho “entre 4.500 e 5.000 hectares”, e destruíram totalmente duas casas, uma de primeira habitação, e uma terceira, parcialmente.
Depois dos incêndios, o IPMA indicou que os distritos de Viseu, Vila Real e Aveiro vão estar sob aviso laranja entre as 06h00 e as 12h00 de quinta-feira e os distritos do Porto, Viana do Castelo e Braga entre as 18h00 de quarta-feira e as 09h00 de quinta-feira.
Na sequência da previsão do IPMA, a Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC) alertou a população para o risco de cheias, derrocadas, deslizamentos e queda de estruturas e árvores.
A ANEPC recomendou a “adopção de comportamentos adequados”, como a desobstrução de sistemas de escoamento das águas pluviais, a correcta fixação de estruturas soltas, como andaimes e painéis, e a condução defensiva nas estradas, reduzindo a velocidade e tendo “especial cuidado na circulação e permanência junto de áreas arborizadas”.
Em particular, nas zonas recentemente atingidas por incêndios florestais, que queimaram vegetação e cobriram o solo de cinzas, a ANEPC salientou o risco de deslizamentos, derrocadas e contaminação de fontes de água potável.