Alunos da Escola Secundária de Amares concentraram-se, esta sexta-feira, em frente ao portão principal do estabelecimento de ensino para voltar a denunciar as “más condições” estruturais do edifício, que foi inaugurado em 1985 e carece de “obras urgentes”.
O protesto dos estudantes, que aconteceu ao longo da manhã, contou também com a adesão de professores e de outros membros da comunidade educativa, que pretenderam mostrar o seu apoio à ação desencadeada por um grupo de alunos.
“Nós estamos muito revoltados com tudo isto e cansados de esperar. O tempo passa e nada muda, continuamos sempre igual, as condições da escola continuam iguais, não há obras a ser feitas. Mas vamos continuar a lutar”, disse a vice-presidente da Associação de Estudantes, Mafalda Mota Reis, em declarações ao jornal “O Amarense”.
Entre as várias queixas dos alunos está a “falta de condições” em termos térmicos, uma vez que “chove dentro da escola” e, em dias de chuva, “o pavilhão fica encharcado”. “A escola, no geral, é muito fria, às vezes vejo alunos a trazerem mantas”, testemunhou a estudante.
Mafalda Mota Reis lamentou que a realização das obras seja “sempre adiada” e não haja qualquer previsão para que a intervenção seja realizada. “Nós esperamos uma mudança, como sempre esperámos até hoje, porque tem mesmo de ser feita alguma coisa”, frisou.
CÂMARA ESPERA FINANCIAMENTO
Contactado a propósito, o presidente da Câmara de Amares, Manuel Moreira, explicou que, assim que for desbloqueado o financiamento, a autarquia “põe logo a obra a concurso”, algo que espera fazer no início do próximo ano.
“Em 2022, quando recebemos as competências da Educação ao abrigo da descentralização, ficou assumido que a escola seria intervencionada através de uma candidatura e que a Câmara apenas pagaria metade da componente nacional, ou seja, 7,5%”, explicou o autarca.
Manuel Moreira lembrou que o município apresentou um projeto de requalificação de cerca de nove milhões de euros no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que não foi contemplado, mas que deverá ser agora abrangido ao abrigo de uma linha contratualizada pelo Governo com o Banco Europeu de Investimentos (BEI).
“O projeto está pronto. Estou só à espera de assinar com o Governo o contrato para lançar a obra a concurso”, garantiu o edil amarense, lembrando que o edifício esteve, até 2022, sob tutela do Estado, que a deixou chegar a um “estado lamentável” em termos de conservação.
De acordo com Manuel Moreira, “a autarquia vai assumir 7,5% do valor, a DGESTE [Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares] assume também 7,5% e os restantes 85% serão através de financiamento”. “Conto até ao final do ano ter o contrato assinado”, vincou o autarca.