A Assembleia Municipal de Amares aprovou esta sexta-feira à noite, por maioria, o orçamento do município para o ano de 2025, que atinge o montante global de 21,2 milhões de euros. O PS votou contra e deixou várias críticas ao documento.
Antes da votação, o presidente da Câmara, Manuel Moreira, reiterou a ideia que já tinha defendido em reunião de executivo, sublinhando a existência de projetos “estruturantes”, como a criação de um pavilhão multiusos, e o “reforço” das verbas atribuídas às Juntas de Freguesia.
“Empenhamo-nos em assegurar a sustentabilidade futura das contas municipais, sem deixar de dar resposta aos desafios mais prementes do concelho de Amares, e igualmente às necessidades que a longo prazo entendemos serem importantes garantir”, afirmou.
Manuel Moreira lembrou que este é o último orçamento que apresenta enquanto autarca e assegurou que o documento foi construído “com reforçado espírito de compromisso com os interesses dos amarenses e com o desenvolvimento e crescimento sustentável de Amares”.
Na mesma linha, Luís Carvalho, da coligação Juntos por Amares (PSD/CDS-PP), disse que este é um “orçamento com menos impostos, mas fortes investimentos públicos”, desde logo nas funções sociais e na educação, assim como na criação de um “ansiado” pavilhão multiusos que permitirá “dotar Amares de novas dinâmicas”.
Luís Carvalho salientou igualmente o investimento programado na rede viária – com recurso a um empréstimo bancário, de cerca de três milhões, que foi aprovado por unanimidade – e enfatizou a ideia de que “nenhum outro presidente da Câmara de Amares investiu tanto na rede viária, no abastecimento de água e no saneamento” como Manuel Moreira.
“Acusar este orçamento de irrealista é sermos irrealistas do ponto de vista político”, frisou.
PS CONTRA
Visão totalmente diferente manifestou Domingos Paulo, do PS, para quem o orçamento municipal “deveria ser um documento estratégico para o futuro, mas não passa de um rol de intenções”. “Vamos andando de intenções em intenções até à desilusão total”, afirmou, garantindo que este “não seria o orçamento” do PS e que contém “algumas escolhas políticas altamente comprometedoras para o futuro” da autarquia.
Desde logo, o representante socialista contrariou a ideia que haverá um aumento das verbas disponibilizadas às Juntas de Freguesia e vincou a existência de uma “forte dependência das transferências externas”, considerando que a “redução de capital nos últimos orçamentos limita a capacidade de investimento, atrasando Amares em comparação com concelhos vizinhos”.
Domingos Paulo sublinhou que o orçamento integra um conjunto de 115 projetos, que representam um volume de investimento de 35 milhões de euros, mas que “apenas estão definidos cinco milhões”, o que faz prever que “muitas obras dificilmente sairão do projeto”.
No caso do pavilhão multiusos, por exemplo, o representante do PS disse que o orçamento não apresenta uma “clarificação” do que vai ser o projeto, tendo apenas a indicação de uma verba de dois milhões de euros. “Vai servir quem? Como está previsto que seja dinamizado?”, questionou.
Colocado a votação, o orçamento municipal para 2025 foi aprovado com os votos favoráveis da maioria Juntos por Amares, dos membros independentes e dos presidentes de Junta, tendo os cinco elementos da bancada do PS votado contra.