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REGIÃO (Alto Minho)

REGIÃO (Alto Minho) -
Ainda as eólicas. Oposição em Caminha alerta para projecto espanhol frente à praia de Moledo

A coligação “O Concelho em Primeiro (PSD/CDS-PP/Aliança/PPM)” na Câmara de Caminha manifestou-se este sábado “totalmente contra a instalação de qualquer parque eólico” na costa e preocupada com o projecto de eólicas espanholas “mesmo em frente à praia de Moledo”.

“Dizer que se mitigaram problemas não é solução para um concelho já tão castigado em tantas áreas como o nosso. Festejaríamos se tivéssemos saído do plano de afectação para colocação de eólicas como aconteceu hoje [sexta-feira] na Ericeira. Infelizmente no Alto Minho não houve essa força”, afirma a coligação, que é oposição na câmara de Caminha, no distrito de Viana do Castelo.

O comunicado surgiu depois de o presidente da autarquia, Rui Lages (PS) ter considerado, em declarações à Lusa, ser “uma vitória” a exclusão do concelho do Plano de Afectação para as Energias Renováveis Offshore (PAER), hoje publicado no Diário da República.

A zona da Ericeira foi eliminada do PAER, que viu ainda reduzida a área norte e eliminada a área sul de Viana do Castelo.

“Foi a associação de pescadores, e mais ninguém que, mais uma vez, sozinhos, se puseram ao caminho para resolverem o problema e conseguiram a dita ‘vitória’ hoje consagrada”, assinala O Concelho Em Primeiro.

A oposição assinala ainda que “a vitória é algo relativo, uma vez que o parque eólico irá mesmo ser instalado, mesmo que mais reduzido, contra, inclusive, as recomendações da União Europeia, que refere que onde houver pesca não devem existir parques eólicos”.

“Mais grave ainda, e mostra o total desconhecimento ou preocupação do actual presidente da câmara é não ter aproveitado o actual momento para destacar que ninguém deve ficar tranquilo enquanto tivermos uma espada na cabeça por via das eólicas espanholas”, afirma.

MEGAPARQUE

A coligação afirma que, em Abril de 2023, “teve conhecimento de um megaparque eólico que queriam colocar ao largo da costa de Viana do Castelo e Caminha”.

“Nessa altura soube também que a câmara não tinha dado importância ao assunto, na pessoa do presidente Rui Lages, não tendo feito nenhum parecer contra a instalação daqueles equipamentos, até aquela data”, observa.

Então, “a OCP reuniu com os pescadores e alertou-os para o problema que aí vinha”.

“Depois disso, fez um abaixo-assinado e levou os pescadores a serem ouvidos na Assembleia da República em Lisboa, porque até à data não tinham sido auscultados, nem mesmo pela câmara municipal, acerca do posicionamento sobre esta matéria que os iria afectar directamente”, recorda.

Para a oposição caminhense, “vitórias só existem quando os perigos são descartados na totalidade”.

O presidente da Câmara de Caminha afirmou, esta sexta-feira, que “foi uma vitória” a exclusão do concelho da zona de implantação de eólicas offshore, alcançada com o Plano de Afectação para as Energias Renováveis Offshore (PAER).

De acordo com a informação disponibilizada no PAER publicado no DR, “o vértice mais a Norte” para implementação de energia eólica offshore “não entra na área geográfica territorial do concelho de Caminha”, ficando ainda dentro do concelho de Viana do Castelo, explicou Rui Lages.

“Esta vitória é fruto de muitas reuniões de trabalho com a associação de pescadores de Caminha e de Vila Praia de Âncora, com a Direcção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos [DGRM] e com a comissão de acompanhamento do PAER”, observou.

O plano publicado prevê uma área total para exploração de 2.711,6 km2, valor que inclui uma área de 5,6 km2 na Aguçadoura (Póvoa de Varzim), para instalação de projectos de investigação e demonstração não comerciais, o que representa uma diminuição de 470 km2 face à proposta submetida a discussão pública.

Assim, prevê-se uma área de 229 km2 em Viana do Castelo, para uma potência de 0,8 gigawatts (GW), 722 km2 em Leixões (2,5 GW), 1.325 km2 na Figueira da Foz (4,6 GW), 430 km2 em Sines (1,5 GW) e 5,6 km2 em Aguçadoura.

[email protected]

Foto ECO

 

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