Paulo B. Lourenço, professor catedrático do Departamento de Engenharia Civil da Escola de Engenharia da Universidade do Minho, co-director do Instituto para a Sustentabilidade e Inovação em Engenharia de Estruturas (ISISE) e co-director do Instituto para a Bio-Sustentabilidade (IB-S), acaba de ser distinguido com uma bolsa de três milhões de euros do Conselho Europeu de Investigação (ERC).
O cientista – diz a Reitoria da UMinho – “vai desenvolver nos próximos cinco anos uma abordagem inovadora para a avaliação da segurança do património construído com valor cultural, quando submetido a sismos”.
“Esta bolsa irá contribuir para a resolução de um problema societal, ligado à agenda 2030 das Nações Unidas para cidades seguras, resilientes e sustentáveis, e para preservar a nossa identidade através da conservação do património histórico”, diz Paulo Lourenço.
“É também o reconhecimento do ISISE como referência internacional, não apenas na engenharia civil, mas na grande área da física e engenharia, onde o projeto concorreu”, realça o investigador.
O ISISE combina conhecimento avançado e impacto científico com a ligação às empresas e à sociedade civil, o que permite responder aos desafios das sociedades baseadas no conhecimento, mas também atrair os melhores estudantes internacionais para Guimarães.
“Apesar de o projecto distinguido com a bolsa ser individual, isso não seria possível sem a equipa que me tem apoiado incondicionalmente nos últimos 20 anos e a quem sinceramente agradeço”, vinca.
ORIGINALIDADE
As bolsas científicas ERC são as mais prestigiadas e competitivas da Europa. São projectos individuais cuja selecção é fundamentada, em 50%, no currículo do investigador (deve estar no topo dos que trabalham na Europa) e, em 50%, na excelência do projecto a executar, o seu grau de risco e a abordagem radicalmente inovadora, e nas fronteiras da ciência.
Paulo Lourenço obteve uma Advanced Grant, destinada a investigadores activos que sejam líderes em termos de originalidade e significado de contribuições científicas nos últimos dez anos.
O investigador “vai desenvolver uma metodologia integrada experimental e numérica para descrever de forma precisa o comportamento estrutural dos edifícios históricos. O património construído é um ambiente humanizado que resulta da civilização e define o tecido das cidades, pelo que tem enorme relevância societal em termos de segurança e qualidade de vida das populações”.
A necessidade de mitigar o risco sísmico do património histórico “é evidente”, nomeadamente em Portugal.