Um novo estudo da Michael Page, empresa de recursos, conclui que a maioria dos jovens procura novos empregos por estar insatisfeita com o seu salário. Embora os rendimentos não sejam o principal fator quando ponderam um trabalho, esta insatisfação é o que os leva a sair.
Os jovens valorizam, ainda, o equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional. São os resultados dos participantes da Geração Z que inclui pessoas nascidas entre a segunda metade da década de 1990, até ao início dos anos 2000.
«Para a Geração Z, o salário é considerado um aspeto muito importante, mas valorizam outros fatores, como a flexibilidade e o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. Ainda assim, 54% procuraram um novo emprego por estarem descontentes com o seu salário atual», diz a análise do estudo, divulgada pelo jornal ECO.
Este tem por base 50 mil profissionais de diversos países, incluindo Portugal.
No mesmo estudo, aponta-se que 20% dos jovens valorizam horários flexíveis que permitam equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. Já nos trabalhadores com mais de 40 anos, só 14% é que destacam estes fatores.
«Esta geração [Z] valoriza a flexibilidade laboral, o bem-estar e um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional», reflete Jéssica Mendes Ferreira, da Michael Page, citada em comunicado.
Quanto às prioridades, 20% dos jovens apontam saúde mental e 36% equilíbrio na sua vida. Apenas 19% destacam a realização profissional e 15% um bom salário.
As respostas são diferentes nas gerações mais velhas, entre os 50 a 64 anos, onde a realização profissional tem destaque, «com apenas 16% a considerar a saúde mental o fator mais importante», diz o estudo.
Para os jovens, a indústria transformadora é pouco atrativa
«A Geração Z considera muito pouco atrativa a indústria transformadora», diz, ainda, o estudo. Só 7% dos jovens consideram este setor. Por outro lado, nos participantes dos 40 aos 60 anos, este é considerado por 18%.
O setor da saúde é o mais procurado pela Geração Z. «Cerca de 10% da Geração Z trabalha neste setor contra cerca de 6% dos profissionais com mais de 40 anos», conclui o estudo.
A Geração Z é, ainda, composta por jovens «defensores da igualdade» que «procuram ambientes de trabalho que considerem a diversidade como um aspeto prioritário e promovam a inclusão».
Assim, 28% dos profissionais da Geração Z consideram que eliminar a disparidade salarial entre homens e mulheres é a maior prioridade.
«É fundamental construir um ambiente de trabalho autêntico, transparente e alinhado com os seus valores, onde sintam que fazem parte de algo maior. Só assim será possível captar o seu entusiasmo, compromisso e vontade de inovar», termina Jéssica Mendes Ferreira.