Hoje é Domingo de Páscoa, dia que, na fé católica, simboliza a ressurreição de Jesus Cristo. Um pouco por todo o país, o dia é de festa, religião, família e gastronomia. Ainda assim, a região do Minho destaca-se pelas suas tradições particulares.
O dia começa cedo, com a Missa Solene a marcar o começo de uma celebração em cheio, que pinta a região a branco e a flores.
O Compasso Pascal é um marco na cultura minhota, uma tradição antiga que ainda hoje se vive com entusiasmo. Por cada freguesia, hoje e amanhã, Segunda-feira de Páscoa, o pároco, o mordomo da cruz e mais fiéis visitam as casas para “dar a beijar” a cruz e benzer os lares.
As famílias que decidem abrir a porta, recebem amigos e vizinhos e partilham um momento de fé e união.
COM BANDAS E MESAS FARTAS
É comum ver as escadas ou portas enfeitadas de flores e ter, ainda, toalhas brancas sobre a mesa. Com um sino, o Compasso é anunciado e, em algumas freguesias, há costume de vir acompanhado de grupos de Zés Pereiras ou Bandas Filarmónicas.
A Páscoa é, ainda, altura de muitos emigrantes regressarem às suas terras.
Como todas as tradições minhotas, a Páscoa traz gastronomia envolvida. Além do cabrito assado, o folar e o pão-de-ló destacam-se as amêndoas e, para os mais novos, os ovos de chocolate. Por todas as casas, as mesas estão recheadas para receber os fiéis que carregam o Compasso e familiares.
Em tempos antigos, em que a figura do padrinho carregava um forte papel, era comum que estes oferecessem aos seus afilhados a roupa nova para a Páscoa. Hoje em dia, não é uma prática tão comum, mas ainda há quem goste de estrear uma peça no dia de Páscoa. As madrinhas e padrinhos voltam-se, agora, para oferecer doçaria.
Por toda a região, durante o dia de hoje, há muita tradição que se mantém. O dia é de partilha, reencontro e fé e, por todo o lado, já se ouve o sino a anunciar o Compasso.
Por Amares, destaca-se a travessia do Rio Homem. Todos os anos, a freguesia de Fiscal, cumpre a tradição de atravessar o rio com o Compasso Pascal, na segunda-feira de Páscoa.