A companhia “Teatro de Balugas” estreou, este sábado, em Barcelos, a peça que evoca o papel da aldeia de Cambedo, no concelho de Chaves, ao acolher refugiados e guerrilheiros que combatiam o franquismo.
O novo trabalho, intitulado “Cambedo 1946”, subiu ao palco do Theatro Gil Vicente com lotação esgotada. Trata-se do primeiro espetáculo da segunda trilogia da companhia de Barcelos, com texto e encenação de Cândido Sobreiro.
«Através do teatro físico, o trabalho é um espetáculo narrativo, utilizando a linguagem do corpo, sonoridades e elementos visuais como extensão dessa narrativa para contar a história de uma fronteira que não impediu a solidariedade de dois povos, mas também não conteve um ataque militar concertado por Portugal e Espanha», explica a companhia.
A estreia contou com a participação especial do ator galego Antonio Vázquez Turnes, do Andaravía Teatro, na Corunha, e a presença na plateia do também galego Xurxo Ayan Vila, um dos arqueólogos responsáveis pelo primeiro projeto de arqueologia contemporânea em Portugal, levado a cabo nesta aldeia de Trás-os-Montes
A obra é, nas palavras do autor e encenador, «uma linha do tempo que continua em aberto, pois a memória confiscada à aldeia ainda não foi totalmente reposta e a opção por um espetáculo de teatro físico, é tornar a peça e a sua mensagem em formas universais de linguagem», termina.