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Homem libertado após 38 anos por crime que testes de ADN provam não ter cometido

Um homem foi declarado, esta terça-feira, inocente pela justiça britânica depois de passar 38 anos na prisão pelo homicídio de uma mulher em 1986. Peter Sullivan é a vítima de um erro judicial que passou mais tempo em reclusão no Reino Unido.

Com 68 anos – foi condenado quando tinha 29 – havia contestado a decisão várias vezes, mas sem sucesso. Sullivan foi preso um mês depois de Diane Sidwell, de 21 anos, ter sido assassinada em agosto de 1986 e encontrada morta em Bebington, no noroeste da Inglaterra, a cerca de 10 quilómetros de Liverpool.

O Tribunal de Apelação de Londres absolveu-o, sinalizando que o ADN encontrado na vítima não correspondia ao seu.

Durante a audiência, transmitida por videochamada desde a prisão de segurança máxima de Wakefield, Peter Sullivan mal conseguiu conter as lágrimas. De cabeça baixa e visivelmente emocionado, levou a mão à boca ao ouvir que a sua condenação tinha sido oficialmente anulada. No tribunal, um familiar chorava com ele.

Numa declaração lida pela sua advogada, Sarah Myatt, Sullivan disse que não estava “enojado” ou “amargurado”.

“Perdi a minha liberdade há quatro décadas por um crime que não cometi. O que aconteceu comigo foi muito injusto, mas isso não diminui a gravidade do que aconteceu. Foi uma perda de vida desumana e terrível”, acrescentou, de acordo com a agência AFP

Myatt considerou a decisão como “um momento sem precedentes e histórico” e que com esta decisão foi “finalmente foi feita justiça”.

CRIME BRUTAL

Peter Sullivan, então com 29 anos, foi inicialmente detido como suspeito e mais tarde confessou o crime. Mas, ao longo dos anos, persistiram dúvidas sobre a validade dessa confissão, sobretudo porque a terá assinado sem a devida representação legal. Nos anos que se seguiram alegou sempre inocência. E agora a ciência provou que dizia a verdade.

A morte de Diane Sindall chocou a comunidade de Merseyside. Descrito pelos investigadores como “um dos crimes mais brutais” de que tinham memória, a jovem foi violada e espancada até à morte num beco sem iluminação. Tinha terminado o turno no pub onde trabalhava nos tempos livres para juntar dinheiro para o seu casamento e seguia a pé para a bomba mais próxima, depois de o seu carro ter ficado sem gasolina.

A jovem sofreu múltiplos golpes na cabeça que levaram à sua morte, mas o corpo também tinha marcas de mordidas e lacerações.

No dia seguinte, a roupa de Diane foi encontrada a arder, a cerca de 16 quilómetros do local do crime. Peter Sullivan tornou-se suspeito depois de várias testemunhas relatarem ter visto um homem com o seu aspeto físico a afastar-se, em passo apressado, do local do incêndio.

O caso mobilizou a maior operação policial alguma vez conduzida na região. Agora, com a libertação de Peter Sullivan, a polícia confirmou que reabriu a investigação para encontrar o verdadeiro culpado, cujo perfil genético já foi isolado, mas ainda não corresponde a nenhuma entrada na base de dados nacional.

A polícia está a recolher amostras de ADN de antigos envolvidos na investigação e apela a informações que possam conduzir à identidade do verdadeiro assassino. “O maior medo é o desconhecido”, disse o solicitador em declarações à imprensa britânica. “Não sabemos quem é esta pessoa. Já a encontrámos? Vamos encontrá-la?”.

A polícia já confirmou que o ADN não pertence a nenhum membro da família de Diane, nem ao seu noivo.

[email protected]

Com CNN e Sky News

 

 

 

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