O candidato à liderança do CDS Carlos Meira, de Viana do Castelo, defendeu esta quinta-feira, num debate na sede dos centristas, em Lisboa, o recurso a “baldes de lixívia” para “limpar” o partido.
No debate, que juntou os cinco candidatos à liderança (Abel Matos Santos, João Almeida, Filipe Lobo d’Ávila, Carlos Meira e Francisco Rodrigues dos Santos), quatro evitaram ataques directos. Carlos Meira, ex-líder da concelhia viananense, foi a excepção.
Meira, crítico de Assunção Cristas, tinha cinco minutos para falar, mas só usou dois minutos e meio para dizer que lhe apeteceu comprar “baldes lixívia” para “limpar” a sede do CDS e desafiou João Almeida, que pertence à comissão executiva ainda em funções, a dizer o que pensa de existirem funcionários do partido alegadamente sem receber salários.
Exaltado, Carlos Meira disse que só saía da sede do partido depois de ouvir a resposta de João Almeida, o que motivou protestos entre alguns militantes presentes.
Após as intervenções iniciais dos candidatos, os jornalistas tiveram de saíra da sala para começar o debate, organizado pela distrital de Lisboa, e reservado a candidatos e militantes.
Recorde-se que em Dezembro, Carlos Meira entregou a moção estratégica ‘Pelo Futuro, Por Portugal’ de candidatura à liderança do partido que é decidida, em no 28.º congresso nacional, nos dias 25 e 36 de Janeiro.
MOÇÃO CONTRA MEDO
Candidato à Câmara de Viana de Castelo nas eleições autárquicas de 2013, Carlos Meira, 34 anos, 15 de militância no CDS-PP, justifica a moção com a necessidade de “defesa dos que não têm voz no interior do Partido, das estruturas locais do Partido que nos últimos anos perderam o sentimento de pertença ao CDS”.
“Esta moção não surge como julgamento do passado e dos actores do passado, porque todos somos precisos e necessários para o ressurgimento do partido. Queremos unir, alargar e abranger. Não vemos o partido em situação de poder continuar a excluir, segregar ou isolar. Do passado, só nos interessam as lições e procurar não repetir os erros que tanto criticamos há hora, no momento e no lugar certo”, lê-se na moção.
Carlos Meira considera ainda que “dos territórios de baixa densidade também podem surgir contributos válidos, sugestões, ideias, fundamentadas e pensadas, sempre com o propósito de levantar a voz do CDS”.
“Esta moção é dedicada àqueles que internamente no partido têm medo de se manifestar, de se pronunciar, de falar, de participar. Esta moção é dedicada àqueles que não se resignam e que no seio do partido lutam para que na sociedade portuguesa exista, realmente e de verdade, maior igualdade de oportunidades”, acrescenta.