Seis trabalhadoras da cozinha do Centro Social e Paroquial de Darque exigiram esta segunda-feira “um horário de trabalho justo, que concilie a vida profissional com a familiar”. A denúncia aconteceu durante uma concentração que realizaram à porta da instituição.
Rosa Silva, do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), adiantou que “o serviço dispunha de quatro cozinheiras, sendo que uma despedir-se por não lhe compensar fazer o novo horário”.
A sindicalista considera tratar-se de “uma maneira da direcção desmotivar as trabalhadoras, e ver se as leva ao despedimento”.
“A instituição tem funcionários suficientes para fazer dois turnos na cozinha, porque normalmente é uma equipa a fazer o almoço e, outra, o jantar. Mas a direcção quer a mesma equipa a fazer as duas refeições”, especificou a sindicalista.
Segundo Rosa Silva são confeccionadas, diariamente, cerca de 300 refeições para as valências da creche, lar de idosos, unidade de cuidados continuados, serviço de apoio domiciliário e centro de actividades de tempos livres.
O caso já foi denunciado à Autoridade Para as Condições de Trabalho (ACT) e à Segurança Social.
“A direcção quer implementar horários, com um corte de quatro horas e meia na jornada, o que significa que os trabalhadores estão ao dispor da instituição 12h30 minutos, ou seja, mais de dia e meio”, afirmou.
Fonte da direcção do centro social e paroquial de Darque, que assumiu o cargo em Maio de 2019, disse que “num universo de 110 trabalhadores da instituição, apenas cinco ou seis estão contra os horários implementados no início deste ano”.
A mesma fonte adiantou à Lusa que “os horários foram passem parte de um processo de reorganização da instituição que se encontrava em desequilíbrio financeiro, com seis meses de atrasos nos pagamentos a fornecedores e a entidades”.
“Estão a reagir ao processo de reorganização que estamos a implementar. O horário da cozinha é diferente das outras valências da instituição, mas são para continuar. Estamos a agir, em pleno, de acordo com todo o enquadramento legal”, explicou a fonte.
A mesma fonte que quando a actual direcção assumiu o cargo a instituição “estava em vias de fechar”. “Havia que tomar medidas. Neste momento, a instituição está processo de recuperação e, no bom caminho. Hoje a situação está resolvida, graças à colaboração muito próxima da Câmara Municipal, e da Segurança Social”, especificou.
Foto Rádio Alto Minho