Nos últimos três dias, Portugal revistou um aumento consecutivo dos casos de infecção, mas Graça Freitas diz que é “talvez um bocadinho cedo” para afirmar que a subida se deva ao desconfinamento.
Na perspectiva de Graças Feitas este aumento pode dever-se à testagem em grandes focos de contágio e não traduzir uma tendência decorrente da retoma da economia.
“Aparentemente a situação de Lisboa e Vale do Tejo é multifactorial”, com dois factores importantes: testagem a muitos jovens, profissionais de assistência social em lares, por exemplo (média de quatro mil testes diários), que são assintomáticos, e o surto da Azambuja (104 trabalhadores com teste positivo, 101 dos quais pertencem à mesma empresa).
O número de casos tem aumentado entre os jovens, o que Graça Freitas, directora-geral da Saúde, encara como “uma boa notícia”, já que essa franja da sociedade responde melhor à doença.
No entanto, garante que a situação do ‘R’ (número de pessoas a partir de um caso infectado que se infectam) em Lisboa e Vale do Tejo está a ser estudada.
No final de Abril, as novas infecções por dia rondavam os 100, 200 casos. Nos últimos três dias, este indicador subiu para a casa dos 400 e depois 500.
Já o secretário de estado da Saúde, António Lacerda Sales, afirmou, na conferência de imprensa diária de apresentação dos números da covid-19, que não deve “ser posto em causa o caminho que se tem feito até aqui com grande sacrifício de todos os portugueses”, uma vez que “a epidemia ainda não acabou”. Lembra ainda, de novo, “que o nosso sucesso depende de todos e de cada um”.
Portanto, reforça a diretora-geral da Saúde aconselha-se “precaução, precaução, precaução”.