O presidente da Câmara Municipal de Famalicão criticou esta quinta-feira a “discriminação evidente entre os territórios”, nos serviços de transporte público de passageiros.
Em declarações à rádio Cidade Hoje, Paulo Cunha fala de uma discriminação que resulta, essencialmente, “da política nacional de financiamento aos transportes públicos e que cria diferenças abismais”.
O autarca respondia assim ao vereador socialista, Nuno Sá, que em reunião de executiva criticou a “escassez de resposta” dos transportes públicos no concelho.
Paulo Cunha recorda que a autarquia tem apoiado as operadoras, nomeadamente com o passe escolar e com o passe sénior.
“Temos feito tudo o que está ao nosso alcance, mas os apoios têm que ser nacionais”, recordando que o serviço de transportes público rodoviário é realizado por empresas privadas “que gerem legitimamente a sua actividade em função da eficiência económica”.
Por isso, sustenta que “sem uma política nacional de apoio a este serviço, ao nível do que acontece nas grandes áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, nunca haverá um serviço de qualidade que fomente realmente a utilização do transporte público”.
Criticou a forma como foi colocado em prática o PART – Programa de Apoio à Redução Tarifária – que subsidia o transporte público, ajudando os utentes a diminuir o seu custo ao mesmo tempo que estimula o uso do transporte público, “o que é saudável”.
No entanto, aponta Paulo Cunha, o programa “beneficia apenas os concelhos das áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, discriminando os restantes territórios nacionais, o que é injusto”.
“Há aqui claramente uma discriminação e enquanto isso não for resolvido é impossível que haja melhor transporte”, afirmou à Cidade Hoje.