A freguesia de Fonte Boa, em Esposende, recebeu este sábado um monumento de homenagem a S. Bartolomeu dos Mártires. Intimamente ligado à toponímia de Fonte Boa, aquele que foi arcebispo de Braga entre 1559 e 1582 passa a ser referência estre a estatuaria do concelho.
Na homenagem a uma figura que, na centúria de quinhentos, operou uma profunda reforma pastoral, foi recordada a sua acção directa na mudança do nome da freguesia, afastando cultos pagãos que denominavam estas como terras de ‘Fonte Má’. Conhecedor do território como ninguém, S. Bartolomeu dos Mártires desenvolveu intensa actividade pastoral, desenvolvendo visitas pastorais por todas as dioceses, operando profunda reforma na Igreja que ainda hoje merece estudo atento.
“Estamos a homenagear alguém, contemporâneo da formação do concelho de Esposende, que marcou, de forma indelével, a vivência de uma comunidade”, vincou o presidente da Câmara Municipal, Benjamim Pereira.
O autarca lembrou que, “por muito pequenas que sejam as nossas acções, influenciamos sempre a comunidade. Por isso, todo e qualquer acto deve ser sempre bem ponderado e ter o benefício das populações como objectivo”.
O Arcebispo Primaz de Braga, D. Jorge Ortiga, considerou S. Bartolomeu dos Mártires como “um homem do presente”, pelo carácter vincado pela “ousadia, fé e coragem que marcaram a sua intervenção no Concílio de Trento.
“As comunidades paroquiais também têm de caminhar ao ritmo da renovação, tal como preconiza o Papa Francisco, nomeadamente na defesa dos ‘descartados’. Se queremos a renovação da Igreja, temos de trabalhar na nossa própria renovação”, defendeu D. Jorge Ortiga.
O arcipreste de Esposende, padre Delfim Fernandes, lembrou que S. Bartolomeu dos Mártires “continua vivo, como testemunho” e o presidente da Junta da União de Freguesias de Fonte Boa e Rio Tinto, Carlos Escrivães, classificou a estátua como “obra que eterniza a história de Fonte Boa”.
A estátua que agora está colocada no centro da freguesia de Fonte Boa é da autoria de Américo Abreu e a cerimónia de bênção foi suportada com o lançamento de uma edição sobre S. Bartolomeu dos Mártires, da autoria de Manuel Penteado Neiva e declamação do poema de Graça do Vale, ‘Chamava-se Fonte Má’.