O PS de Terras de Bouro procura reconquistar a Câmara Municipal com a candidatura de Filipe Mota Pires. O actual líder da bancada socialista na Assembleia Municipal, que é também presidente da Comissão Política Concelhia, aponta a fixação de população e a criação de emprego como principais prioridades. «Uma das primeiras medidas passará, inevitavelmente, por reunir com o Governo e exigir um pacote de medidas com projectos estruturantes», garante.
Em síntese, de forma resumida, quais são as principais prioridades da candidatura?
As principais prioridades da nossa candidatura centram-se na questão do emprego, da atracção de investimento e da fixação de população. A precariedade laboral, associada à dificuldade em construir a baixo custo no nosso Concelho, tem levado à saída da esmagadora maioria dos nossos jovens. Temos de inverter urgentemente esta situação. Sem jovens, o Concelho não tem futuro.
Temos apostado sobretudo no turismo que é, sem qualquer dúvida, a actividade que alavanca a nossa economia local. Mas temos de ser capazes de atrair outras empresas de outros sectores. Temos também de apoiar devidamente todos os nossos empresários que criam valor, desde os que apostam na agricultura, serviços, florestas, construção civil e tantos outros que tanta falta fazem ao Concelho.
O que é mesmo imprescindível fazer em Terras de Bouro no próximo mandato?
Temos um longo caminho a percorrer para chegarmos aos níveis de desenvolvimento e de qualidade de vida que a nossa população merece. As nossas aldeias encontram-se muito envelhecidas e sem vislumbrar qualquer futuro. Mas ninguém pode ficar para trás. Criaremos um novo modelo de apoio à natalidade que verdadeiramente ajude os nossos jovens a criarem cá os seus filhos.
Centraremos o nosso foco na criação e atracção de iniciativas empresariais que possam gerar empregos de qualidade. Avançaremos com a criação de um centro de acolhimento de empresas que possa servir quem já se encontra a laborar (por exemplo, as empresas de animação ou de construção civil, entre outras) e que permita também atrair investimentos de empresas tecnológicas. Precisamos de estar na linha da frente do mercado digital e aproveitar todas as novas oportunidades.
Se for eleito, qual será a primeira medida a tomar?
O Concelho continua com carências a todos os níveis. Durante muitos anos foi-nos “vendida” pelo PSD – que actualmente governa – uma narrativa que o Concelho era um exemplo de desenvolvimento e qualidade de vida. Hoje sabemos que ao nível do saneamento temos uma cobertura miserável, com reclamações por todas as Freguesias. Ao nível da saúde não melhorámos nada.
As nossas escolas estão sem alunos e sem perspectivas de futuro. A maioria das nossas associações e grupos de jovens desapareceram. Temos Freguesias que têm sido esquecidas e votadas ao abandono. Perdemos, segundo os dados provisórios dos Censos 2021, cerca de 850 pessoas em 10 anos.
Uma das primeiras medidas passará, inevitavelmente, por reunir com o Governo e exigir um pacote de medidas com projectos estruturantes que nos ajudem a mitigar este “inverno” demográfico que põe em causa o futuro do Concelho.
Por que devem os terrabourenses votar em si?
Ao longo dos muitos anos que levo de actividade política e cívica, sempre estive disponível, empenhado e determinado em contribuir para um Concelho mais próspero, mais igual e com melhor qualidade de vida.
Os terrabourenses conhecem-me bem.Estive oito anos no Gabinete da Presidência, 12 anos na Assembleia Municipal, fui e sou dirigente associativo, nomeadamente no Clube Frente Cultural de Vilar da Veiga e no Grupo Desportivo do Gerês, estive vários anos na Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Terras de Bouro, no Conselho Geral do Agrupamento de Escolas, mais de 20 anos colaborador do jornal Geresão.
Conheço muito bem o Concelho, as nossas gentes e as suas aspirações e anseios. Conheço os problemas que urge resolver, e tenho ideias e projectos para cada uma das nossas Freguesias. Numa democracia, o cargo mais relevante é desempenhado pelos cidadãos eleitores e eu confio plenamente na boa receptividade que a nossa equipa e o nosso projecto terá junto da população.