O presidente dos Bombeiros Voluntários de Braga (BVB), António Ferreira, diz que chegou ao “limite” depois de todos os avanços e recuos no processo que visa dar uma nova casa à corporação de voluntários instalada no centro da cidade e sem as condições adequadas às necessidades dos soldados da paz.
Em declarações, esta segunda-feira à Rádio Universitária do Minho (RUM), António Ferreira considera “incompreensível” o atraso da Câmara Municipal de Braga (CMB) na aprovação da construção do novo quartel, previsto para a freguesia de em S. Paio D’Arcos, apesar de Ricardo Rio, presidente da autarquia, ter prometido em Março passado uma “via verde” para o licenciamento do projecto. A data apontada foi o final do Verão deste ano.
Recordando os objectivos assumidos de há seis anos a esta parte, quase todos cumpridos, entre eles a recuperação financeira da associação e a revitalização do corpo de bombeiros “cada vez mais instruído, muito melhor equipado, mais capaz e mais competente para o exercício das funções”,
António Ferreiro admite estar “orgulhoso” do que foi conseguido de há seis anos a esta parte, nomeadamente a recuperação financeira da associação e a revitalização do corpo de bombeiros, mas lamenta que continue a faltar o novo quartel que desde o início “encontrou muitas dificuldades”, nomeadamente o PDM de Braga ou problemas de loteamento. Recorda à RUM, que o processo passou já por vários gabinetes governamentais e que “foi sempre um processo muito escrutinado”.
Sublinhando que a direcção dos Bombeiros Voluntários “não está acima da lei”, aponta que o processo foi reconhecido de forma unânime pela Assembleia Municipal como de “relevante interesse público”. 4
Por essa razão, defende que o mesmo seja “considerado verdadeiramente prioritário e merecedor de mais atenção” com os técnicos intervenientes a serem “parte da solução” e não “parte do problema”.
“Não vislumbro mesmo quando vamos ter a nossa licença de construção. Estou muito desiludido, muito desgastado e estou no meu limite. Admito todos os cenários. Nem eu nem os nossos bombeiros merecíamos estar a passar por isto”, desabafa à Universitária.
O presidente da Associação Humanitária recusa uma eventual desistência do privado fruto destes sucessivos atrasos. “Pode acontecer, mas nem quero acreditar que isso aconteça. Acreditávamos que podíamos começar as obras neste final de Verão, mas tudo tem corrido mal. Este processo vai para lá do meu entendimento”, remata.
A construção do novo quartel resulta de um acordo com um privado que quer comprar o actual quartel, no centro histórico da cidade, tendo em vista a construção de uma unidade hoteleira. Em troca constrói, a suas expensas, o novo quartel dos BVB, em S. Paio D’Arcos.
Legenda: Maquete do futuro quartel