O Centro Social do Vale do Homem (CSVH) venceu dois prémios nacionais, tendo sido distinguido pelo BPI Rural 2021 – BPI |Fundação “La Caixa” e pelo POISE – Programa Operacional Inclusão Social e Emprego/Medidas para o Impacto.
No primeiro caso, a distinção acontece na área da Economia Circular e promoção da Empregabilidade para os grupos vulneráveis da sociedade.
Segundo a instituição, «o projecto integra num mesmo espaço dois públicos diferentes: a estimulação sensorial e biológica dos idosos e a capacitação e empoderamento de pessoas socialmente vulneráveis para integração socioprofissional».
«Para além de um espaço formativo/profissional, é também um espaço de partilhas de experiências/conhecimentos através do modelo circular da agro-pecuária. Plantação hortícola e frutícola, colheita, criação de animais, utilização dos excedentes hortícolas e do consumo institucional para efeitos de compostagem e fertilização. Todos estes elementos da economia circular assentam e resultam no paradigma da sustentabilidade ambiental e económica», refere.
Para o CSVH, «este projecto enquadra-se nas problemáticas consideradas prioritárias para o desenvolvimento social e identificadas na região do Vale do Homem».
«Será um projecto diferenciador e impulsionador de uma integração positiva e plena na sociedade civil e profissional de grupos vulneráveis, proporcionando-lhes formação profissional e desenvolvimento de práticas através dos conhecimentos dos idosos. Objectiva-se, portanto, um projecto que integra o desenvolvimento social em duas vertentes: a promoção de um envelhecimento activo e a integração social e profissional de grupos vulneráveis da sociedade», assinala.
POISE
Para além disso, a instituição viu aprovada uma candidatura no Programa Operacional Inclusão Social e Emprego|POISE – Medidas para o Impacto que conta com o Município de Amares e Terras de Bouro como investidores sociais.
Nesse âmbito, a instituição vai promover o projecto de inovação e empreendedorismo social “Ponto de Fuga”, destinado a pessoas adultas com doença mental grave e com moderado ou reduzido grau de incapacidade psicossocial, residentes nos concelhos de Amares, Vila Verde e Terras de Bouro, com disfuncionalidade na área relacional, ocupacional e de integração social.
«Pretendemos que neste espaço as pessoas se sintam integradas e com liberdade de exprimir as suas emoções através das diferentes formas de arte, pretendemos fomentar a veia artística de cada um, promovendo a valorização pessoal explorando uma área com a qual nunca tinham tido contacto, promovendo o reforço de competências relacionais e empoderá-los para integrar novos elementos, sendo este os futuros formadores», refere.
Segundo o Centro Social do Vale do Homem, «o “ponto de fuga” nasce como um espaço onde a arte é o verdadeiro “medicamento”, pois a arte permite a expressão de emoções e vivências interiores de uma forma não-verbal e não-convencional».
«Pretendemos trabalhar a arte como uma terapia de inserção social das pessoas com doença mental. Será um espaço com duas salas com uma dimensão capaz de abarcar diferentes oficinas de arte, oficina de cerâmica, de carpintaria, de pintura, de olaria, de teatro e musical, com o intuito de capacitar os seus utentes num processo transformador de “empowerment” e de inclusão na nossa sociedade. A par destas oficinas há também um espaço dedicado à saúde e bem-estar, com sessões de relaxamento e de promoção de actividade física», frisa.