O Presidente da República confessou esta sexta-feira que “não esperava tanta gente” nas comemorações do 10 de Junho, que este ano centraram-se em Braga, e fez questão de cumprimentar os ex-combatentes antes de deixar a cidade rumo a Londres.
“Foi talvez o 10 de Junho mais participado”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa no final da cerimónia militar que marcou o dia das comemorações do Dia de Portugal, das Comunidades e da Língua Portuguesa, em Braga.
O chefe de Estado mostrou-se surpreendido com a participação da população, que encheu os locais possíveis na principal avenida da capital do Minho, a avenida da Liberdade, encheu as varandas, aplaudiu os discursos e ovacionou os militares que desfilaram durante cerca de uma hora rua acima e rua abaixo.
Os primeiros a desfilar, e um dos momentos mais aplaudidos da cerimónia, foram os ex-combatentes, cerca de 60. No final, Marcelo Rebelo de Sousa percorreu a avenida até ao local da tribuna onde o grupo estava para os cumprimentar.
“É uma homenagem muito especial, são o melhor de todos nós. São anos e anos de vida que deram à pátria e aqui estão a desfilar. Não é por acaso que começam eles o desfile, é uma forma de homenagem ao nosso passado, sempre presente”, afirmou o chefe de Estado.
Antes, num discurso com cerca de 15 minutos, que não contou com a presença do primeiro-ministro, António Costa, por motivos de saúde, mas ao qual assistiu o presidente da Assembleia da República, a ministra da Defesa, o ministro dos Negócios Estrangeiros, lideres partidários e vários deputados, Marcelo Rebelo de Sousa deixou elogios a Braga e ao povo português.
“Portugueses, Braga recebe hoje [sexta-feira], muitos anos depois, de novo, o 10 de Junho, o Dia de Portugal, de Camões, das Comunidades e das Forças Armadas, o dia do povo português. Porque Portugal é o seu povo, Camões cantou esse povo, as comunidades são o povo espalhado pelo mundo, as Forças Armadas são o povo armado para servir Portugal”, disse.
Segundo o Presidente da República, “é justo e natural que Braga, o Minho, celebrem o nosso povo (…) um pilar essencial da nossa portugalidade, muitos, muitos séculos antes de haver Portugal”.
“Aqui, neste Minho onde nos encontramos, irrompeu a aventura colectiva de nos separarmos do Reino de Leão, de nos apartarmos dos nossos irmãos galegos, de arrancarmos do galaico-português para a nossa língua de futuro. (…) De avançarmos para o sul, de nunca mais pararmos na nossa afirmação nacional”, disse.