O presidente da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Amares apelou este sábado a que a Câmara Municipal aumente «substancialmente» o subsídio anual para que seja possível melhorar os equipamentos da corporação e fazer face ao aumento das despesas.
No discurso durante as comemorações oficiais do 113º aniversário da instituição, José Gonçalves lembrou que estes são «momentos bastantes difíceis», provocados inicialmente por uma pandemia «que paralisou tudo» e agora por um aumento generalizado dos custos.
Depois de agradecer o apoio da Câmara de Amares, nomeadamente na instalação de uma segunda Equipa de Intervenção Permanente (EIP) e na atribuição de um subsídio aos bombeiros das equipas de combate a incêndio florestais, o dirigente considerou «necessário que a autarquia faça um esforço para disponibilizar mais meios financeiros» aos Bombeiros.
Segundo José Gonçalves, a Associação Humanitária precisa desse reforço de verbas para poder dotar os seus elementos dos necessários equipamentos de protecção individual e fardamentos, assim como investir em novas viaturas.
Lembrando a inflação que Portugal vive, o presidente da Direcção aludiu igualmente ao aumento dos custos, exemplificando com os gastos em combustíveis, que mais do que duplicaram em comparação com o período homólogo do ano passado.
«Só como exemplo das dificuldades que estamos a atravessar, podemos olhar para os combustíveis. A factura do mês de Julho do ano passado foi de 3.870 euros e a do mesmo mês deste ano é de 8.300 euros», referiu.
Dirigindo-se a todo o executivo camarário, José Gonçalves reiterou o apelo para que estas pretensões sejam traduzidas no próximo orçamento municipal para 2023, esperando que o subsídio anual destinado aos Bombeiros seja «substancialmente aumentado».
«Peço que todo o executivo camarário veja nas verbas entregues à Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Amares não um custo mas um investimento em prol da protecção civil, do socorro, da emergência e de tudo o que nos é solicitado», frisou.
AUTO-ESCADA E AMBULÂNCIA
Antes, na mesma linha, já o comandante da corporação, Domingos Ferreira, pedira o auxílio da Câmara Municipal para ser possível adquirir uma auto-escada e uma nova ambulância de socorro, que permita renovar a frota automóvel.
«As nossas dificuldades são muitas e necessidade do vosso apoio é imprescindível», disse, dirigindo-se à vice-presidente da Câmara, Cidália Abreu, que liderou o executivo camarário na ausência de Manuel Moreira.
Na sua intervenção, a autarca lembrou a importância que os Bombeiros de Amares têm no concelho, enquanto «garantia de segurança e protecção», considerando que se assumem como «importantes parceiros» do Município.
«Levarei ao senhor presidente [Manuel Moreira] e aos restantes elementos do executivo os vossos lamentos e necessidades, que são reconhecidos por todos», garantiu Cidália Abreu.
LONGA HISTÓRIA
Sobre as comemorações, que abriram com várias condecorações, José Gonçalves elogiou todos quantos ajudaram a construir o percurso dos Bombeiros Voluntários de Amares em 113 anos «carregados de história, de muitos sacrifícios e muita abnegação de várias gerações».
Esse foi, de resto, o mote geral de todas as intervenções, com uma garantia deixada pelo comandante. «Podem estar todos descansados porque os homens e as mulheres ao serviço desta corporação saberão responder aos desafios», assegurou Domingos Ferreira.
O programa comemorativo inclui a imposição de várias condecorações e encerra com um desfile das viaturas da corporação, a partir das 22h00, tripuladas por crianças do concelho.
A sessão solene contou com as presenças do presidente do Conselho Fiscal da Liga dos Bombeiros Portugueses, Luís Elias, do 2º comandante operacional distrital de Braga, Rui Filipe Costa, do presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Braga, Jorge Machado, e do presidente da Assembleia Geral dos Bombeiros de Amares, João Januário Barros.