Situado a cerca de dois quilómetros do centro da Vila do Gerês, à face da estrada nacional 308, o Parque da Assureira foi alvo de reabilitação e ganhou novas valências, num investimento global de 260 mil euros feito com o objectivo de aliar a valorização ambiental e o legado deixado pelo escritor Ramalho Ortigão, que costumava utilizar aquele espaço, em especial um banco que é monumento nacional.
No momento da inauguração, que decorreu esta sexta-feira, o presidente da Câmara de Terras de Bouro, Manuel Tibo, explicou que foram executados quatro projectos, que permitiram requalificar o parque, transformar a casa existente num centro literário, reabilitar o “Banco do Ramalho” e criar um canteiro de ervas aromáticas, além da colocação de mobiliário urbano e esculturas.
«Fruto de um trabalho de parceria, que juntou a Câmara Municipal de Terras de Bouro, a Junta de Freguesia de Vilar da Veiga e o ICNF [Instituto de Conservação da Natureza e Florestas], que nos cedeu o espaço por 25 anos, foi possível realizar esta intervenção de beneficiação e deixar este parque, que estava praticamente abandonado, novamente ao dispor de todas as pessoas», salientou o autarca.
A parceria foi também salientada pela directora regional do ICNF, Sandra Sarmento, que se mostrou muito satisfeita com o resultado final da intervenção, que permite «voltar a abrir o parque ao usufruto da população» e valorizar a história.
«É um espaço que foi recuperado com um propósito cultural que enaltece e enobrece a história deste parque, permitindo ter a cultura de mãos dadas com o ambiente», sublinhou.
BANCO DO RAMALHO
O Parque da Assureira tem como grande atractivo o “Banco do Ramalho”, inaugurado a 28 de Julho de 1920 como forma de homenagear o escritor Ramalho Ortigão, que tantas vezes ali buscou inspiração para as suas obras.
Era nesta “solidão sonhadora”, um pequeno recinto arborizado e ajardinado pelos antigos Serviços Florestais, que lia, escrevia ou simplesmente descansava, embevecido na vista que os seus olhos alcançavam, o seu retiro ideal.
A inauguração, a 28 de Julho de 1920, ficou marcada por uma festa simples, mas imponente, onde foram proferidos vastos elogios ao homenageado, representado pelos seus filhos e sobrinhos.