Os promotores da peregrinação a cavalo pelo Caminho da Geira e dos Arrieiros, que terminou, este sábado, na Catedral de Santiago de Compostela, defendem que a homologação pelas autoridades galegas e portuguesas deste itinerário jacobeu vai contribuir «para travar a desertificação do interior das regiões por onde passa».
«A homologação levaria à criação de novos negócios e à fixação de pessoas, à repovoação do meio rural ou, pelo menos, a que não continue o abandono, evitando-se que as aldeias caiam no esquecimento», explicou Vicente Pereiras Marquez, da Associação Rapa das Bestas de Sabucedo (Galiza), a principal impulsionadora da iniciativa.
De acordo com responsável, que até agora percorreu 11 caminhos de Santiago, «quase vêm as lágrimas aos olhos das pessoas idosas ao constatarem como é bonito haver de novo gente a passar por aldeias onde já só vai o padeiro ou o peixeiro».
Por isso mesmo, Vicente Marquez defende que «a homologação é muito necessária para dar vida às regiões despovoadas ou abandonadas de Portugal e Espanha», devendo no imediato proceder-se «à manutenção e recolocação de sinalização, e à limpeza do traçado nalguns pontos».
A dirigir a peregrinação, o responsável aponta que essas foram as dificuldades e os aspectos menos positivos da jornada. Como pontos positivos, aponta, sobretudo, as paisagens.
«O melhor que levamos desta peregrinação é, sem duvida, as paisagens. E uma satisfação enorme por completamos um desafio pelo qual passavam os nossos antepassados durante muitas centenas de anos», referiu, destacando também «a harmonia, o companheirismo, a passagem por sítios onde alguns nunca tinham estado e a coroação do Caminho que é a entrada em Compostela e ver a Catedral».
De recordar que esta peregrinação começou no domingo, dia 21, em Portela do Homem, com a participação de 15 cavalos e igual número de «cavaleiros experientes», pois o traçado «não é aconselhável a iniciados».
No concelho de A Estrada (Galiza), juntaram-se-lhes outros cinco cavaleiros e o grupo chegou ao princípio da manhã de sábado. Entre o grupo inicial havia dois jovens, de 13 e 15 anos, todos provenientes das comunidades autónomas da Galiza, Valência (Castellón) e de Castela e Leão (Burgos).