Um documentário filmado no Caminho da Geira e dos Arrieiros, intitulado “O Meu Caminho”, do realizador Pedro Gil Vasconcelos, venceu a edição de agosto do “New Wave Short Film Festival”, na categoria de Melhor Documentário de Fé & Religião, em Munique, na Alemanha.
Para o realizador, natural do Porto, «este é um prémio muito especial, pois espelha o reconhecimento internacional da obra» e constitui «a confirmação de que para se ter um filme, mais do que tudo, temos de ter uma boa história e imaginação para a contar da forma certa».
O filme foi rodado no ano passado e culminou um projecto que o realizador acalentava há algum tempo. «Tinha planeado um documentário sobre o Caminho de Santiago, mas não estava a conseguir reunir as condições para o produzir», refere, destacando o papel de Adriano Carneiro, seu «companheiro de viagem e protagonista do documentário».
«Em 2021 decidi retomar o projecto e redimensioná-lo, adaptá-lo a novas formas de produção. A evolução que os telemóveis trouxeram permitiu-me abordar o filme numa perspetiva atual, de baixo impacto e com custos extremamente controlados», explica o realizador, licenciado em cinema e audiovisuais pela Escola Superior Artística do Porto.
Assim, “O Meu Caminho” resulta da vontade de fazer a pé os 240 quilómetros do caminho jacobeu que liga Braga a Santiago de Compostela, grande parte pela Via Romana XVIII (a Geira), atravessando o Parque Nacional da Peneda Gerês e as regiões galegas do Xurés e do Ribeiro.
«Entendi que este teria de ser um projecto com um orçamento muito limitado. Optei pelo baixo impacto de emissões de carbono na produção e daí ter usado transportes públicos e toda a fase de rodagem ter sido a pé. E também por usar o meu telemóvel de todos os dias. Depois foi, mais do que tudo, um exercício de escrita e de imaginação», concluiu Pedro Gil de Vasconcelos, que já percorreu doze caminhos de Santiago.