A Câmara de Amares está há três anos à espera que a empresa E-Redes, do grupo EDP, instale um posto de transformação para a ligação de uma estação elevatória do sistema de saneamento básico, em Figueiredo. A autarquia pagou 47 mil euros para esse fim e ameaça, agora, exigir 150 mil em Tribunal. A E-Redes assegura, no entanto, que a obra vai avançar, a curto prazo.
O presidente do Município, Manuel Moreira, revelou que exigiu à EDP, por carta, o pagamento de 150 mil euros, isto porque até agora o posto de transformação não avançou. «Estamos à espera desde 2019 e gastámos 50 mil euros ano a pagar a uma empresa que faz o serviço [de recolha de saneamento]. Ou seja, feitas as contas, foram gastos 150 mil euros que não deveriam ter sido», afirmou.
“O Amarense” questionou a E-Redes sobre o tema, tendo esta respondido que, após diversos contratempos relacionados com terrenos, a obra está, agora, em condições de avançar.
«Como o local para a instalação se encontra a mais de 600 metros do posto de transformação mais próximo, e a rede existente em baixa tensão não tem capacidade para alimentação da potência solicitada, torna-se necessário instalar um novo posto de transformação, o respectivo ramal aéreo de média tensão e a rede de baixa tensão que permita a ligação», refere.
Salienta que, «para a execução do serviço, a E-Redes elaborou um orçamento de acordo com as regras constantes no Regulamento de Relações Comerciais, aceite e pago pelo cliente [a Câmara] em Setembro de 2020». A partir desta data, acrescenta, a empresa «iniciou o processo para a execução deste pedido, nomeadamente os estudos com soluções viáveis para a instalação de uma linha de média tensão aérea, essencial para que o novo posto de transformação fique operacional».
Terrenos privados
A resposta diz, também, que «a E-Redes tem de executar os trabalhos para a instalação destas infra-estruturas através de terrenos privados, razão pela qual entrou em contacto com os proprietários para obter o seu acordo». «Apesar das diversas tentativas efectuadas, este acordo foi negado, pelo que esta solução em linha aérea foi excluída e temos vindo a estudar uma solução de ramal de média tensão subterrâneo, em que a maioria da infraestrutura percorre a via pública, mais fácil de executar», assume.
A empresa sublinha que este ramal «tem de fazer a ligação a um apoio já existente que se encontra junto a um terreno privado de outro proprietário, tendo sido já pedida autorização para estabelecer esta ligação». «Após obtida autorização, já se pode avançar com os trabalhos para a execução da linha subterrânea», frisa.
Na resposta, a E-Redes garante que em todo o processo «seguiu todos os procedimentos devidos e que procurou sempre encontrar uma solução que fosse viável na sua execução», assegurando que continua a «diligenciar no sentido de ser possível ultrapassar os constrangimentos existentes e aos quais é alheia, no sentido de poder ser efectuada a ligação da instalação em causa, no mais curto espaço de tempo possível».