A Câmara de Amares aprovou esta sexta-feira, com a abstenção dos vereadores do PS, os documentos de prestação de contas do ano de 2022, que apresentam um resultado líquido positivo de 2,2 milhões de euros.
Na apresentação do ponto, o presidente da autarquia, Manuel Moreira, destacou que “os valores de execução da receita atingiram 90% e os valores de execução da despesa 84%”.
No que se refere às Grandes Opções do Plano, o relatório indica que o investimento cresceu 4% relativamente a 2021, sendo que os projectos inscritos no Plano Plurianual de Investimentos (PPI) e as actividades mais relevantes absorveram 6 milhões e 357 mil euros, com uma taxa de execução de 75,8%.
“Ou seja, 75,8% dos projectos previstos e inscritos em plano foram executados e estão pagos, sendo certo que algumas obras em curso, por não estarem encerradas financeiramente, não integram esta execução”, destacou Manuel Moreira.
O presidente da autarquia sublinhou que “a receita cobrada é superior à despesa paga em cerca de um milhão de euros, o Município apresentou fundos disponíveis em todos os meses do ano e existe um nível de poupança corrente de 28,68%, a maior dos últimos oito anos”.
O Município de Amares goza de uma margem de endividamento na ordem dos 3,6 milhões de euros, sendo que a dívida total situa-se nos 5,2 milhões.
CRÍTICAS DA OPOSIÇÃO
Os vereadores da oposição consideram que o investimento da Câmara Municipal em 2022 ficou aquém do que seria desejado.
“Infelizmente, não foi possível executar alguns projectos em 2022, como seria desejável, por falta de capacidade financeira”, apontou o independente Emanuel Magalhães, aludindo também a um aumento com despesas de pessoal, o que Manuel Moreira justificou com o processo de descentralização nas áreas da educação, da saúde e da acção social.
Do lado do PS, Pedro Costa disse que o relatório apresenta “indicadores muito preocupantes” para o futuro, assente num “modelo de gestão despesista”, considerando que 2022 foi um ano “muito pobre” em termos de investimento, nomeadamente nas freguesias.
“A execução das receitas de capital é um problema, porque está nos 22%. Não arrecadámos fundos comunitários nem executámos os que tínhamos. Enquanto as despesas de investimento diminuíram, as despesas correntes aumentaram, o que é uma dor de cabeça”, sublinhou.
Pedro Costa considerou ainda que “não vai ser possível resolver os problemas em água, saneamento e na rede viária com investimentos tão baixos”, criticando a existência de uma “política de desinvestimento” no desenvolvimento do concelho.
“Este modelo de gestão é despesista e está a hipotecar o futuro do nosso território”, frisou.
A proposta teve os votos favoráveis da maioria “Juntos por Amares” e do vereador independente Emanuel Magalhães e a abstenção dos vereadores do PS, Pedro Costa e Valéria Silva.
Desenvolvimentos na edição impressa de Abril.