Quem passa na Estrada Nacional 205-3, partindo de Amares em direcção a Caldelas, vê aquele edifício amarelo à face da estrada, com as inscrições “Junta de Freguesia de Fiscal”, mas se calhar nem desconfia de que ali funcionou uma escola primária.
A verdade é que, durante muitos anos, era onde se aprendia a ler ou a decorar a tabuada. Era, no fundo, onde os meninos se faziam homens. E foi lá que António Joaquim Rodrigues Ribeiro aprendeu a ler e a escrever, a base que depois lhe permitiu ser Variações e construir um legado que perpassa gerações.
Agora, por ideia da Junta de Freguesia de Fiscal, aquele espaço, que há muitos anos está desactivado e onde as ervas crescem, está perto de ganhar um novo sentido, transformando-se num centro interpretativo dedicado a António Variações, o nome maior de Fiscal.
«O edifício é propriedade da Junta de Freguesia, estava a degradar-se, queríamos dar-lhe alguma finalidade e surgiu a ideia de criar um centro interpretativo dedicado ao António Variações. Fizemos uma candidatura, que foi aprovada, embora não com os valores máximos, mas que nos permitirá avançar com as obras», explica o presidente da Junta, Augusto Macedo.
Além da implementação de vários meios digitais, o projecto prevê a construção de dois espaços cenográficos tendo por base a vida e obra de António Variações, um alusivo a uma barbearia e outro a um palco, dando aos visitantes a possibilidade de vestir a pele do artista.
Haverá ainda um local de exposição física de vários artigos, nomeadamente peças de vestuário que Variações criou e usou durante o seu percurso, assim como outros adereços que se tornaram icónicos.
FAMÍLIA APROVA
Um dos irmãos de António Variações, Carolino Ribeiro, participou numa curta visita ao espaço que passará a albergar o centro interpretativo dedicado ao cantor, conhecendo em detalhe os planos que a Junta de Freguesia de Fiscal tem para a antiga escola primária.
«É uma felicidade enorme conhecer esta iniciativa. Tem muita importância para a família, para o concelho de Amares e sobretudo para o António, que de facto merece todas as homenagens que possam ser feitas. Ficamos muito agradados», sublinhou, garantindo que a família irá colaborar no apetrechamento do futuro centro interpretativo.
«Os irmãos têm bens e vamos reunir todas as peças que poderão interessar. Haverá também certamente outras pessoas que se quererão associar para dignificar este espaço», aponta.
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