A necessidade de continuar a construir os valores de Abril e de afastar os populismos foram duas notas dominantes nos discursos evocativos do 47º aniversário da Revolução de 25 de Abril de 1974 em Amares.
O programa abriu com o hastear das bandeiras e a deposição de uma coroa de flores no Monumento ao Combatente, junto aos Paços do Concelho, ao som do Hino Nacional.
Já no Salão Nobre, o presidente da Assembleia Municipal, João Januário Barros, apontou à necessidade de «reformar o regime», «mantendo os princípios de base que estão na sua génese», para resistir à manipulação e aos populismos.
Para isso, sublinhou, é preciso «conjugar liberdade e honestidade e justiça e solidariedade», estabelecendo como prioridades o desenvolvimento económico, à criação de oportunidade e à diminuição das desigualdades.
Esse foi também o mote do discurso de Sérgio Guimarães de Sousa, do Movimento Amares Independente e Solidário (MAIS), para quem urge desenvolver o concelho de Amares de forma «equilibrada», com «igualdade para todos».
Frisou a necessidade de cativar novos negócios, internacionalizar o concelho e ter uma «gestão baseada em desenvolvimento inclusivo, sustentável, inteligente e com boa governança».
OS POPULISMOS
Alexandra Teixeira, do PS, chamou a atenção para os «perigos que se escondem por detrás da democracia», sublinhando ser necessário «ter coragem para reformar o sistema político, com mais transparência».
«Discordar é evoluir», apontou, apelando a um espírito verdadeiramente democrático que permita «acabar com a subserviência» e com as «mordaças ideológicas».
Do lado da coligação “Juntos por Amares” (PSD/CDS-PP), Elisabete Macedo, lembrou igualmente o «surgimento de ideologias políticas contrárias aos desígnios de igualdade e fraternidade» que constituem ameaças à democracia.
«Não nos podemos deixar levar em palavras fáceis», garantiu.
IMPORTÂNCIA DO PODER LOCAL
O presidente da Câmara, Manuel Moreira, lembrou os desafios do poder local, acentuados por um contexto de pandemia, que obrigou a ter ainda mais proximidade com as populações.
Assegurou que a autarquia está atenta aos instrumentos financeiros, nomeadamente os quadros comunitários, para ter um concelho «com mais atractividade económica, inovação, desenvolvimento e crescimento sustentável».
«A democracia trouxe esperança e garra de nunca desistirmos. Vamos continuar a sonhar em grande e a lutar pelo desenvolvimento de Amares», frisou.