Num momento em que o país está suspenso da moção de confiança apresentada pelo Executivo de Luís Montenegro, a Associação Empresarial do Minho (AEMinho) veio a público apelar à responsabilidade política. E deixa um aviso: o descrédico popular é o pior inimigo da Democracia.
Considerando que o caso envolvendo a ‘empresa familiar’ de Montenegro “foi claramente exagerado”, estando “revestido de um jogo político, onde, (…) todas as partes se portaram mal”, Ramiro Brito, presidente da AEMinho, depois de pedir todos os partidos que “sejam responsáveis”, não está com meias palavras e vai directo ao assunto.
“Portugal está a dar uma péssima imagem ao mundo. Ninguém crê num país onde as instituições são sujeitas a este nível de instabilidade e de episódios. Parece que estamos, simplesmente, a ser guiados e levados pelos interesses dos partidos. Isto é mau para o país e é mau para a Democracia”, atira.
E, em comunicado às redacções, avisa: “Não vai demorar muito tempo para que, se persistimos em denegrir, em escamotear tudo aquilo que é o património positivo do sistema democrático, as pessoas comecem a não acreditar no sistema. E não há nada pior na política e na democracia do que o descrédito popular em relação ao sistema em si”. Ramiro Brito lembra que “a economia, as empresas e os trabalhadores precisam de foco dos seus governantes no progresso, no funcionamento eficiente das instituições e do Estado e no crescimento económico.
“Crescer é a nossa grande meta e não o conseguiremos fazer com estes constantes atropelos á credibilidade e normal funcionamento das instituições. Rigor com lisura, com foco e espírito de cooperação para que possamos construir um país prospero, onde se viva melhor, capaz de atrair talento e projectar um futuro mais sólido para os nossos filhos”, remata.
Fernando Gualtieri (CP 7889)