São já 23 as queixas de agressões a professores participadas à GNR, no primeiro semestre de 2023, mais seis do que em todo o ano de 2022, avançou esta segunda-feira o Jornal de Notícias.
O aumento é confirmado pelo Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE), que tem uma plataforma própria para denúncias. De acordo com a presidente do sindicato, “muitas vezes” não se trata “de uma questão de polícia”, excepto se os agressores são encarregados de educação.
A GNR registou, entre 1 de Janeiro de 2022 e 30 de Junho deste ano, 40 agressões a professores em 13 dos 18 distritos em Portugal, no qual foram identificados 34 suspeitos. “Em nenhuma das ocorrências houve lugar a detenções”, garantiu a GNR ao JN.
De acordo com Júlia Azevedo, na plataforma de denúncias da SIPE chegaram relatos de ataques de encarregados de educação “que conseguem entrar dentro das salas de aula” ou “fazem esperas” à saída das escolas. “Muitas delas são verbais, de indisciplina, com palavrões e ameaças”, relatou, algumas mesmo de alunos do 1º Ciclo.
Citada pelo JN, Júlia Azevedo afirmou que a “sensação de impunidade” é recorrente. “É um problema de todos nós. Se a criança sabe que pode fazer tudo e que do seu acto não há consequências, ao vir para a sociedade vem com essa sensação de impunidade”, indicou Júlia Azevedo, que apelou a que sejam tomadas medidas para que os casos sejam resolvidos pelas escolas e sem recurso à justiça – trabalho comunitário nos estabelecimentos de ensino e a responsabilização dos encarregados de educação pelos actos dos menores são algumas das medidas propostas.