O Agrupamento de Escolas de Amares criou uma equipa para acolher os alunos migrantes e as suas famílias, procurando acompanhar a “nova realidade”, em que há “cada vez mais” estudantes de outras nacionalidades.
“A integração/inclusão de alunos migrantes não passa, só, por uma ação promovida no início do ano letivo durante a receção aos alunos, mas, também, pela criação de estruturas e instrumentos que acompanhem os alunos ao longo do ano, envolvendo as famílias e a comunidade escolar”, refere o Agrupamento de Escolas.
Numa nota enviada às redações, a direção escolar acrescenta que “a barreira linguística que afeta os alunos também se estende às famílias, uma vez que enfrentam as mesmas dificuldades de comunicação, no seu quotidiano – para saber onde se dirigir, que serviços os podem encaminhar/ajudar a resolver as suas dificuldades, na inserção no mercado de trabalho, no acompanhamento dos seus educandos, enfim, em múltiplas situações que podem surgir”.
Por isso, “com o objetivo de ajudar as famílias e alunos migrantes a se integrarem mais facilmente, foi criada a Equipa Multidisciplinar que agrega as valências da Cidadania e Desenvolvimento, Clube do Voluntariado, Docentes de Português Língua Não Materna, Educação para a Saúde, Plano Nacional das Artes/Projeto Cultural de Escola, Serviço de Psicologia e Orientação, Bibliotecas Escolares e o Clube Ubuntu”.
VÁRIAS AÇÕES
“De imediato, foi estabelecido que no Gabinete de Apoio ao Aluno (GAA) acolheríamos as famílias dos alunos migrantes e se realizaria uma breve entrevista a fim de se conhecer a sua realidade familiar e, no Centro de Apoio ao Aluno (CAA), os alunos migrantes usufruirão de apoio extraordinário e complementar, na aprendizagem da língua portuguesa, seja com docentes ou colegas, para além das aulas de PLNM (Português Língua Não Materna)”, explica o Agrupamento de Escolas de Amares.
Sempre que necessário, “deslocar-se-ão aos Centros Escolares professores proficientes em línguas estrangeiras”, tendo-se também procedido à colocação de cartazes multilingues nos diversos espaços do agrupamento
No mês de setembro, foram dinamizadas várias ações, desde logo no dia da receção dos alunos houve uma visita guiada ao aluno e família migrante, “acompanhada” por música representativa das diferentes nacionalidades e por alunos que partilhavam a mesma língua materna com os migrantes.
Aos seus encarregados de educação, foi entregue uma brochura informativa multilingue, com informação sobre o código de conduta do aluno na escola, uma explicação sumária do sistema educativo português, os números de telefone importantes e alguma informação relativa ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Dias depois, aconteceu uma reunião, multilingue, com os encarregados de educação de alunos migrantes, com a finalidade de esclarecer dúvidas sobre a informação que constava na brochura entregue anteriormente, ou quaisquer outras que poderiam ter surgido. Foi também celebrado o Dia Europeu das Línguas com a visualização de vídeos produzidos pelos alunos do Agrupamento (da ESA e EB 2,3), independentemente da sua nacionalidade, dando a conhecer o seu lugar de origem e a sua cultura.
“O Agrupamento propõe- se, ao longo do ano letivo, reunir periodicamente com as famílias migrantes, promovendo a partilha de ideias, dificuldades e/ou sucessos e disponibilizando o seu apoio, sempre que for necessário; incluir, nas celebrações do Natal/Páscoa, as características de cada cultura migrante; dar a conhecer, a toda a comunidade, aspetos culturais das diferentes nacionalidades, através de exposições, vídeos, fotos, música”, refere a escola.