O Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) rio Minho, a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho e a Deputação de Pontevedra (Espanha) criticaram este sábado os moldes do novo programa de cooperação transfronteiriça POCTEP Interreg, que consideram “altamente insatisfatório”.
“Os representantes das três entidades reuniram, esta quinta-feira, para analisar o novo Programa de Cooperação Transfronteiriça Portugal-Espanha 2021-2027 – POCTEP_Interreg, que consideram como ‘altamente insatisfatório’ para os interesses do território fronteiriço”, pode ler-se numa nota de imprensa enviada este sábado à agência Lusa.
No entender das três entidades, o programa “distorce os fundamentos e objectivos da UE [União Europeia] para o programa de apoio aos territórios de fronteira com dinâmicas e sinergias próprias”.
“GRANDE DESCONFORTO”
“O AECT Rio Minho, a CIM Alto Minho e a Deputación de Pontevedra encontram-se alinhados numa reivindicação conjunta para que grande parte dos fundos Interreg sejam verdadeiramente investidos, na sua maioria, em territórios efectivamente de fronteira”, explicam.
A responsável da Deputação de Pontevedra, Carmela Silva, o presidente da CIM do Alto Minho, Manoel Batista, e o director e o vice-director do AECT Rio Minho, Rui Teixeira e Uxío Benítez, “acordaram ainda em solicitar reuniões aos representantes dos Governos de Portugal e de Espanha, além da Comissão Europeia, de modo a apresentar as suas posições sobre esta proposta do Programa Interreg”.
“O principal assunto em discussão e que suscita um grande desconforto por parte dos territórios fronteiriços é o texto das bases do novo Programa de Cooperação Transfronteiriça Interreg 2021-2027, que admite que territórios mais afastados da ‘raia’ fronteiriça sejam beneficiários dos fundos de cooperação transfronteiriça”, refere o comunicado da AECT Rio Minho.
Em causa estão territórios como as províncias de Lugo, Sevilha, Córdoba ou Valladolid, em Espanha, bem como todo o território continental de Portugal, à exceção da Área Metropolitana de Lisboa e da Lezíria do Tejo.
“Perante o actual processo de consulta pública, as três entidades – AECT Rio Minho, CIM Alto Minho e Deputación de Pontevedra – consideram ser imperioso reclamar que estes fundos não voltem a ser deturpados”, contestam as entidades.
O objectivo é que os fundos se “destinem na sua maioria aos territórios com elevado dinamismo social, económico, cultural e a par dos recursos ambientais conjuntos de fronteira”.
“Não obstante, o AECT Rio Minho reivindica ainda a implementação de uma Intervenção Territorial Integrada (ITI) para a área funcional do rio Minho, que permitirá executar investimentos concretos no âmbito da Estratégia rio Minho 2030”, pode ler-se, também, no texto.
O agrupamento transfronteiriço quer também alocar aos AECT a gestão da “medida designada como ‘small projects’, que tem como objectivo apoiar pequenas iniciativas de cooperação transfronteiriça, mas que são fundamentais para o território do Alto Minho Transfronteiriço”.