O médico, tradutor e poeta português João Luís Barreto Guimarães, com o livro “Aberto Todos os Dias”, venceu a quarta edição do Prémio Literário Francisco Sá de Miranda, promovido pela Câmara Municipal de Amares, através do Centro de Estudos Mirandinos (CEM).
De acordo com o diretor do CEM, Sérgio Guimarães de Sousa, a obra – de um total de cerca de 200 a concurso – mereceu, por unanimidade, a distinção do júri, pela sua capacidade de “usando de uma linguagem muito acessível, enfatizar e valorizar os objetos do dia a dia que, à primeira vista passam despercebidos, e extrair dessa objetualidade do quotidiano, novos sentidos, novas significações”.
Segundo Sérgio Guimarães de Sousa, a obra revela “na sua arquitetura compositiva, uma notória maturidade estética, através da qual o autor, numa linguagem aparentemente de uso corrente e inclinação narrativa, mas moldada por uma fina ironia e por uma métrica invulgar, dá força e originalidade a um imaginário rico em objetos e presenças tangíveis de elevada sugestividade”.
Felicitando João Luís Barreto Guimarães pela atribuição do prémio, a vereadora da Cultura do município de Amares, Cidália Abreu, reconheceu, ainda, o “valioso” trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelo CEM em torno da figura de Sá de Miranda e, neste caso em particular, o mérito do Prémio Literário Francisco de Sá de Miranda, defendendo que o futuro deverá “continuar a passar pela aposta no mesmo, bem como em todas as iniciativas que promovam e homenageiem este grande vulto da poesia”.
João Luís Barreto Guimarães é natural do Porto, onde nasceu a 03 de junho de 1967, tendo lançado o seu primeiro livro de poemas, “Há Violinos na Tribo”, em 1989. Em 2022, foi distinguido com o Prémio Pessoa.
Sucede, como vencedor do Prémio Literário Francisco Sá de Miranda, a Nuno Júdice (“Mito da Europa”, 2019), Ana Luísa Amaral (“Ágora”, 2021) e José Tolentino de Mendonça (“Introdução à Pintura Rupestre”, 2023).
Dinamizado pelo Centro de Estudos Mirandinos e patrocinado pela Câmara de Amares, este prémio de periodicidade bienal tem um valor monetário de 7.500 euros. Contempla a modalidade de poesia e destina-se a autores de língua portuguesa, com o objetivo de homenagear e divulgar o poeta e humanista Francisco de Sá de Miranda, bem como incentivar a criação literária no domínio da poesia.
Em cada edição do prémio literário são admitidas a concurso obras editadas em livro e cuja primeira edição tenha ocorrido durante os dois anos civis anteriores ao ano a que se refere o concurso, escritas em língua portuguesa.