A TDT, a fibra óptica e as comunicações móveis foram os motivos da reunião de trabalho entre a Câmara de Terras de Bouro e o Presidente da ANACOM. Os problemas existentes no Concelho são conhecidos por todos e têm levado a população a levantar a sua voz contra a ausência de soluções. Do encontro de hoje saíram alguns caminhos que vão ser seguidos pelas duas entidades para tentar minimizar os danos para a população. O Concelho de Terras de Bouro tem, apenas, uma cobertura de 64% em termos de Televisão Digital Terrestre.
O Presidente da ANACOM, João Matos, revelou que os técnicos da Autoridade Nacional vão fazer um levantamento e um diagnóstico «exaustivo e presencial» junto de todas as Freguesias sobre os problemas relacionados com a TDT: «é um trabalho para estar pronto dentro de um mês e que apontará quais as melhores soluções para cada caso porque do ponte de vista técnico a solução existe» e são duas: «o reforço das antenas terrestres ou a colocação de satélite».
Associado a isto estará a questão financeira e dos custos: «o diagnóstico irá apresentar também a parte dos custos», sendo que «a decisão no caso das antenas terrestres caberá sempre à empresa a quem está concessionado este serviço que é a Altice». Para o satélite, João Matos lembrou que «há uma linha financeira estatal que prevê a sua comparticipação. Dos 16,8 milhões de euros disponíveis apenas foram utilizados 3,6 milhões».
A este propósito, o Presidente da Câmara de Terras de Bouro, manifestou a sua disponibilidade, «depois de termos o relatório na mão», para reunir com os responsáveis da Altice. Manuel Tibo lembrou que «Terras de Bouro também é país e é nestas alturas que se vê se há ou não a tão falada coesão social».
As Freguesias de Covide, Vilar da Veiga, Rio Caldo, Carvalheira, Cibões, Brufe e Vilar foram apontadas por Manuel Tibo como as mais críticas e onde «é preciso fazer alguma coisa porque há idosos, por exemplo, que não conseguem ver televisão».
Fibra óptica e comunicações móveis
Os dois assuntos estão interligados. E se os dois Presidentes foram unânimes nos benefícios de uma rede alargada «quer para o turismo e atractividade de turistas quer para os residentes e para a sua fixação no território», já em termos de soluções as coisas ficam mais difíceis.
«A fibra óptica terá que chegar a todos os Concelhos porque iremos entrar numa nova geração, o 5G, que só poderá ser ligado através desta fibra». João Matos reconhece ser «urgente» o seu alargamento bem como o da cobertura móvel. A solução poderá passar pelo “roaming nacional”: «a ideia é que quando uma pessoa não tenha acesso à sua rede móvel o possa fazer através da antena de outro operador. Já existe esta solução para os turistas mas não para os portugueses o que não faz muito sentido».