D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, diz esperar mais do Governo e da banca perante a actual crise, consequência da pandemia de Covid-19.
Em declarações à TSF, Jorge Ortiga considerou insuficiente a resposta do executivo e argumentou que a banca não deve pensar apenas no lucro, mas que deve ser “um instrumento de serviço para o bem-estar das pessoas”, mais solidária, num momento como este.
“É de esperar que o nosso Governo olhe um pouco para esta situação, espero que olhe mesmo. Algumas respostas estão já a ser equacionadas, como sabemos; não me parece que seja o suficiente”.
O arcebispo de Braga olha para a actual crise com muita consternação.
“Temo que o futuro próximo seja um futuro com muitos problemas e dificuldades e que haverá uma demora na recuperação”, reconhece.
No período de Páscoa, o arcebispo aproveitou ainda para pedir aos padres que abdiquem de um salário a favor dos que mais precisam, como fizeram aquando da criação de um fundo para colmatar as dificuldades vividas em 2010.
“Nesta altura, e mesmo antes que a situação económica inevitavelmente nos bata à porta, nesta quinta-feira santa, solicitei ao sacerdócio que déssemos um sinal, ao oferecer o correspondente a um ordenado, a ser pago várias vezes ou de uma vez só, conforme as possibilidades reais de cada um dos sacerdócios”, afirmou
“Os sacerdócios estão a aderir”. Na perspectiva do arcebispo, esta é a época de partilhar com esperança, mas o clérigo compreende a falta de esmolas dos fiéis nas igrejas.
“Não havendo encontro, não havendo celebrações, quase paramos a vida das comunidades, e é um momento também difícil para nós”, concretiza Jorge Ortiga.
“Não quero ser pessimista, porque até acredito que os crentes vão contribuir, mas veremos…”, desabafa.