A Associação Recreativa, Cultural e Desportiva de Miranda (Arcos de Valdevez) “recuou no tempo” a 04 de maio. Cumprindo o propósito de preservar costumes, através do projeto “Reviver Tradições”, a associação recriou a Lavrada de Maio.
Nem a ameaça de chuva amedrontou participantes e expectadores, mirandenses e vindos de outras freguesias. Dezenas se reuniram para ver a recriação daquela que, antigamente, era uma das principais práticas agrícolas da freguesia.
Com a chegada da primavera, chegava a preparação dos terrenos para o cultivo do milho. Maio era mês de sementeiras. Vestidas a rigor com as roupas “das caixas dos antepassados” e de enxada às costas, os participantes rumaram ao campo para dar início aos trabalhos.
A lavrada começou com quatro vacas de raça cachena prontas a puxar o arado. Enquanto o arado fazia as “leivas”, as pessoas picavam a terra e faziam as beiras. No fim da terra pronta foi semeada “a murro” a semente de milho antigo, com milho rei (vermelho) e algum feijão (antigamente semeado no meio do milho). Depois do milho semeado gradou-se a terra, tiraram-se os torrões e fizeram-se os regos.
Como “quem trabalha, quer comer”, no fim dos trabalhos foi servida a merenda, também a replicar os costumes antigos: batatas amassadas com rojões da barriga, acompanhado da broa de milho e do vinhão.
A tarde acabou com roda de cantigas e danças tradicionais.
«A Associação agradece a todos os participantes que fizeram deste dia, mais um dia inesquecível na história que tem vindo a ser trilhada», aponta a mesma, em comunicado. «Um agradecimento especial à família do Senhor António Vilela e família donos dos animais que generosamente cederam para esta recriação», termina.