A FAPAS – Associação Portuguesa para a Conservação da Biodiversidade contestou, esta quinta-feira, o projeto apresentado pela Câmara de Terras de Bouro para a zona da cascata de Fecha de Barjas, conhecida como cascata do Tahiti, considerando que se trata de um “atentado ambiental que está a ser preparado no Parque Nacional da Peneda-Gerês” (PNPG).
Em comunicado, os ambientalistas consideram que a obra pretende fazer daquela cascata “uma espécie de circo, transformando um troço de paisagem natural, das mais valiosas do PNPG, num cenário completamente artificial e urbano, a avaliar pelas fotos 3D divulgadas, e mesmo este de duvidosa qualidade”.
“Não desconhecemos a sucessão de acidentes que tem ocorrido naquele local, fruto da impreparação para andar na serra e da temeridade de alguns. Mas a Cascata de Fecha de Barjas não oferece maiores perigos que fazer percursos pedestres na restante área do PNPG (ou noutra área montanhosa), por quem não esteja preparado para a montanha. E, com medidas mais simples e baratas do que as anunciadas, o problema resolvia-se”, refere a FAPAS.
A associação lembra que aquela área é tutelada pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) e da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a quem vai “apelar para colocarem ordem e cumprirem a legislação quanto a esta obra”. “Se, porventura, já houver licenciamento, apelaremos à senhora Ministra do Ambiente para o revogar e responsabilizar disciplinarmente o(s) autores”, refere.
Segundo o município terrabourense, trata-se de um “significativo investimento de 205.060,09 euros” que permitirá “executar uma obra há muito esperada e assim proceder à estabilidade, às impermeabilizações necessárias, aos arranjos exteriores, às marcas rodoviárias e à sinalética necessária para que as condições de segurança e comodidade sejam significativamente melhoradas”.
A intervenção surge como uma “aposta na segurança e valorização dos recursos naturais” do território, “tornando-os verdadeiramente uma mais-valia para os turistas e para os terrabourenses e explorando desta forma as potencialidades” existentes.