A Associação de Comércio Tradicional de Guimarães (ACTG) acusou esta sexta-feira a Câmara Municipal de demonstrar “um total desprezo”, não pela associação, “mas por todo o comércio tradicional” do concelho de Guimarães.
A reacção da direcção da ACTG surge na sequência de declarações do Executivo municipal, presidido pelo socialista Domingos Bragança, referindo que aquela associação “não representa o comércio tradicional” vimaranense.
Dizendo que “não tem a ousadia de pretender representar todos os comerciantes do concelho”, mas “os seus associados, que são hoje cerca de 300”, a ACTG diz que aquelas declarações “não são recebidas com surpresa”.
“Há muito que as acções e posições adoptadas pelo município demonstram um total desprezo, não por uma associação, mas por todo o comércio tradicional de Guimarães”, escreve a direcção da ACTG na sua página do Facebook.
A associação continua a reafirmar a posição de que “não é contra a pedonalização da cidade”, pedindo “apenas” a criação prévia das “necessárias condições para que os cidadãos não só possam usufruir do espaço público, mas principalmente que queiram e gostem de o fazer”.
“Frases feitas como “visão de futuro para a cidade” ou “devolver a cidade às pessoas”, não configuram soluções para o comércio tradicional, tal como não configuram uma efectiva devolução da cidade às pessoas, fazendo já parte da retórica de um executivo camarário que impõe e não demonstra abertura ou interesse no diálogo”, acrescenta.
A instituição sustenta que “se as pessoas importam, se as políticas defendidas têm na sua base o interesse real pelos cidadãos”, a autarquia deveria então, “ela própria, representar e defender o comércio tradicional do concelho”.
“Um comércio que é feito de pessoas, para pessoas, com paixão, tradição e valores, mas que certamente não servem os interesses de quem decide “sozinho”, remata a associação presidida por Cristina Faria.