Aumentou em 45% a procura por medicamentos para tratar a obesidade, a maior subida dos últimos anos. Apesar de não comparticipados, o mercado destas injeções e comprimidos deve continuar em crescimento.
A partir de amanhã, terça-feira, os médicos já podem prescrever o Wegovy, semelhante ao Ozempic. Além de reduzir o peso, também o faz com eventos cardiovasculares.
Em 2024, foram vendidas quase 120 mil embalagens de medicamentos com indicação para a obesidade, como as substâncias ativas bupropriom + naltrexona, o liraglutido, o orlistato, a sibutramina e o tirzepatida, segundo avança o Jornal de Notícias, citando a HMR, empresa de consultoria e estudos de mercado para o setor da Saúde da Associação Nacional de Farmácias.
Este é um aumento de 45% face a 2023, quando mais 37 mil embalagens vendidas, e ano de um crescimento em 37% face a 2022. Comparando 2024 e 2019, ano de 45.790 embalagens vendidas, o crescimento foi de 161%, aponta a HMR.
Destes dados exclui-se o Ozempix, com substância ativa semaglutido, já que é um fármaco para o tratamento da diabetes tipo 2, apesar de ser prescrito em “off-label” para a perda de peso.
Com o mesmo princípio ativo mas com doses diferentes, o Wegovy está a ser aprovado para o tratamento da obesidade. Segundo a Novo Nordisk, este «estará disponível nas farmácias portuguesas a partir do dia 7 de abril».
Este novo fármaco, sendo injetável com canetas pré-cheias, é indicado como complemento para uma dieta e aumento da atividade física para adultos com excesso de peso ou obesidade com uma comorbilidade relacionada, como disglicemia, hipertensão, dislipidemia, apneia obstrutiva do sono ou doença cardiovascular. Também poderá ser usado por adolescentes obesos a partir dos 12 anos.
O Wegovy (2,4 mg) terá um custo de 268 euros, vendido com prescrição médica, segundo o site do Infarmed. Em resposta ao Jornal de Notícias sobre a eventual comparticipação do medicamento, a Novo Nordisk adiantou que foi notificada pelo Infarmed «da extinção do referido processo por ausência de uma estratégia integrada para o tratamento da obesidade no SNS», em novembro de 2024.
Mas «voltará a submeter o pedido de financiamento» assim que estiverem «reunidas as condições que permitam a sua avaliação, nomeadamente a já anunciada publicação do Percurso de Cuidados Integrados para a Prevenção e Tratamento da Obesidade, que se aguarda a qualquer momento», assegura.
Os ensaios clínicos do Wegovy comprovam que pessoas tratadas com semaglutido alcançaram uma perda de peso média de 17%, que se manteve por dois anos. Ainda, outro estudo, com mais de 17 600 adultos, revelou que o medicamento reduz em 20% o risco de eventos cardiovasculares graves em pessoas sem diabetes, mas com doença cardiovascular e excesso de peso ou obesidade.
