Em resposta ao Bloco de Esquerda (BE), o Governo reconhece que o Hospital de Braga deixou de assegurar ecografias de segundo trimestre de “forma generalizada” desde Agosto devido à falta de profissionais. O partido quer um “esforço de coordenação” “muito urgente” com os hospitais de Guimarães e de Famalicão “para que o SNS possa assegurar o acompanhamento das grávidas do distrito”.
Recorde-se que o BE questionou, em Outubro, o ministro da Saúde, sobre as dificuldades que o serviço de ginecologia obstetrícia se depara em Braga e que “se repercutem no atendimento disponibilizado às grávidas, designadamente o que concerne à realização atempada de ecografias obstétricas do primeiro trimestre e à não realização de ecografias do segundo e terceiro trimestre”.
Na resposta ao partido, o gabinete do ministro Manuel Pizarro confirma que o serviço de obstetrícia e ginecologia do hospital, oferecia, até Agosto, a possibilidade de realização de ecografia de segundo trimestre e consulta de reavaliação de risco obstétrico às grávidas com residência n sua área de influência directa mas que “ao longo dos últimos meses” registou-se a saída de profissionais habilitados para efectuar diagnóstico pré-natal pelo que “foi necessário limitar, ainda que de modo transitório a realização desta ecografia”.
Para voltar a assegurar as ecografias de segundo trimestre, o Hospital de Braga avança que necessitaria de dez profissionais, sendo que tem apenas seis.
ECOS SÓ EM ABRIL
Dando como referência esta segunda-feira, 19 de Dezembro, o Bloco refere que “as marcações estão a ser efectuadas para início de Abril de 2023 tornando absolutamente impossível a realização de ecografias no espaço de tempo adequado”.
“Sem a convenção com o Serviço Nacional de Saúde (SNS), cada ecografia obstétrica custa mais de 100 euros, um valor incomportável para imensas mulheres”, adianta, acrescentando “a maioria [das grávidas] – têm apenas como resposta o recurso ao sector convencionado onde é impossível realizar as ecografias no tempo devido”.
COORDENAÇÃO
Como solução a curto-prazo os bloquistas apelam a que seja efectuado um “esforço de coordenação” com os hospitais de Guimarães e de Famalicão “para que o SNS possa assegurar o acompanhamento das grávidas do distrito”.
Reconhecendo “o extraordinário esforço” que tem vindo a ser efectuado pelos profissionais do hospital bracarense, o Bloco considera “fundamental” e “muito urgente” que esta situação seja resolvida.
“É imperativo que o SNS seja capaz de assegurar a realização de ecografias obstétricas de segundo e terceiro trimestre a todas as grávidas do distrito de Braga”, dizem os bloquistas.
O Bloco recorda que actualmente, o Hospital de Braga está a efectuar ecografias obstétricas de segundo trimestre apenas nas seguintes situações: grávidas vigiadas na consulta de obstetrícia do Hospital de Braga; grávida e/ou companheiro com anomalia genética com risco de transmissão à descendência; grávida com alterações detectadas na ecografia de primeiro trimestre; grávida com patologia fetal suspeita ou diagnosticada.
São ainda efectuadas ecografias a grávidas com antecedentes de filho/a anterior com anomalia relevante e com maus antecedentes obstétricos ou insucesso reprodutivo, além de outros casos que a equipa da Unidade de Medicina Fetal e Diagnóstico Pré-natal considere importante serem acompanhados nesta unidade.
Todas as outras grávidas, que são a maioria das grávidas da área de influência do Hospital de Braga, vêm-se perante a impossibilidade de realizar as ecografias atempadamente.