Como forma de assinar o Dia Internacional do Livro Infantil, que se comemora a 2 de abril, a Biblioteca Municipal Manuel de Boaventura, em Esposende, apresenta a exposição “A Arte e a Magia dos livros Pop-up”.
A mostra, que estará patente até ao dia 2 de maio, reúne cerca de 30 livros “pop-up”, na sua maioria ingleses, mas muitos em alemão, espanhol e português, provenientes de uma coleção particular.
Além de livros de histórias tradicionais, como “O Quebra-Noz”, “Alice no País das Maravilhas”, “A Bela Adormecida”, “Winnie the Pooh”, a exposição conta como um conjunto de livros que remetem para a época vitoriana como o mercado, casas de bonecas e palácios de contos.
Há destaque para a reprodução de “Le Grand Cirque International”, do ilustrador e contista alemão Lottar Meggendofer, publicado em 1887, em Paris, que consiste numa tenda de circo com mais de quatrocentas figuras, uma orquestra, palhaços, acrobatas e equilibristas e a plateia e que é uma das obras-primas dos livros “Pop-up”.
A Biblioteca Municipal proporciona visitas guiadas à exposição, mediante marcação prévia, através do e-mail biblioteca.municipal@cm-
Livros “Pop-Up” surgiram na Idade Média
Instituído em 1967, o Dia Internacional do Livro Infantil comemora-se no dia 2 de abril, data de nascimento de Hans Christian Andersen, chamando a atenção para a importância da leitura e para o papel fundamental dos livros para a infância.
Os mais antigos livros pop-up datam da Idade Média e foram concebidos para facilitar a compreensão de histórias religiosas, fenómenos naturais, livros de Astronomia e Medicina. Um dos mais conhecidos é um volvelle (livro com círculos giratórios presos a eixos e colados sobre as páginas), manufaturado em 1250 por um monge beneditino inglês chamado Watthew Paris (c. 1200 – 1259). Esta obra tinha por objetivo relacionar as fases da lua e as estações do ano aos feriados religiosos.
Já no final da Idade Média e início do Renascimento, assistiu-se a uma evolução deste género de publicações com o aparecimento de manuais de medicina e astronomia que, na tentativa de aproximar a imagem ao real, usavam texturas e dobraduras para descrever as fases da lua ou dissecação de cadáveres. Exemplo destes manuais são o Calendarium, de Johannes Regiomontanus, publicado em 1476, em Veneza.
No século XVIII, surgem as fábulas para crianças pela mão do editor inglês John Newbery que as começou a publicar em formato pop-up e depressa se tornaram objeto de culto entre as classes mais abastadas de França e de Inglaterra.
O aparecimento de imprensas mais modernas e de novas técnicas de dobradura no século XIX proporcionou o aprimoramento da técnica pop-up e assistiu-se a um aumento exponencial deste tipo de livros, que se tornaram sofisticados objetos de informação e até decoração.
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